Categoria reivindica
reajuste de 6,27% no piso salarial, mas Prefeitura condiciona retomada do
diálogo à suspensão da paralisação
A greve dos professores da
Rede Municipal de Ensino do Recife, iniciada na última sexta-feira (9), segue
sem previsão de encerramento e com as negociações entre o Sindicato Municipal
dos Profissionais da Rede de Ensino Oficial do Recife (Simpere) e a Prefeitura
totalmente paralisadas. A categoria reivindica a aplicação integral do reajuste
de 6,27% no piso salarial, conforme definido pelo Ministério da Educação (MEC)
em portaria publicada em janeiro deste ano.
A proposta apresentada pela
gestão municipal, antes do início da greve, previa um reajuste de apenas 2,45%,
a partir de maio. A oferta foi prontamente recusada pelos professores, que
decidiram deflagrar a paralisação. Desde então, o impasse se agravou.
De acordo com a coordenadora
geral do Simpere, Jaqueline Dornelas, havia uma nova reunião prevista com
representantes da Prefeitura do Recife para esta terça-feira (13), mas o encontro
foi cancelado unilateralmente pelo órgão municipal. “Ontem, nós recebemos um
comunicado que a mesa de hoje estava suspensa, porque o governo tomou a decisão
política de não negociar com nenhuma categoria que estivesse em greve”, relatou
Dornelas.
A decisão da Prefeitura
gerou indignação entre os profissionais da educação. “Greve é um direito
constitucional. O governo não pode fechar o canal de negociação. A categoria
quis a greve, para repudiar essa posição e esse arrocho salarial que está sendo
imposto”, completou a dirigente sindical.
Na manhã desta terça-feira
(13), os professores realizaram um protesto em frente à Câmara Municipal do
Recife e, em seguida, seguiram em passeata até a Avenida Conde da Boa Vista, no
Centro da cidade, em ato conjunto com os enfermeiros da rede municipal, que
também estão em greve há mais de seis dias. Segundo o Simpere, a mobilização
dos educadores tem alcançado adesão de cerca de 98% das escolas da rede.
Uma nova assembleia da
categoria está marcada para esta quarta-feira (14), com a expectativa de
fortalecer o movimento grevista e pressionar a Prefeitura a reabrir o canal de
diálogo. O sindicato promete manter a mobilização até que haja avanço concreto
nas negociações e o reajuste reivindicado seja, ao menos, debatido de forma
transparente.
Enquanto isso, milhares de
alunos da rede municipal seguem sem aulas, e o cenário educacional da capital
pernambucana enfrenta mais um capítulo de instabilidade, diante de um impasse
que exige, cada vez mais, disposição para o diálogo.
👉 Acompanhe mais notícias e curta
nossas redes sociais:
Nenhum comentário:
Postar um comentário