terça-feira, 13 de maio de 2025

Greve dos professores da rede municipal do Recife segue sem previsão de fim

Categoria reivindica reajuste de 6,27% no piso salarial, mas Prefeitura condiciona retomada do diálogo à suspensão da paralisação

A greve dos professores da Rede Municipal de Ensino do Recife, iniciada na última sexta-feira (9), segue sem previsão de encerramento e com as negociações entre o Sindicato Municipal dos Profissionais da Rede de Ensino Oficial do Recife (Simpere) e a Prefeitura totalmente paralisadas. A categoria reivindica a aplicação integral do reajuste de 6,27% no piso salarial, conforme definido pelo Ministério da Educação (MEC) em portaria publicada em janeiro deste ano.

A proposta apresentada pela gestão municipal, antes do início da greve, previa um reajuste de apenas 2,45%, a partir de maio. A oferta foi prontamente recusada pelos professores, que decidiram deflagrar a paralisação. Desde então, o impasse se agravou.

De acordo com a coordenadora geral do Simpere, Jaqueline Dornelas, havia uma nova reunião prevista com representantes da Prefeitura do Recife para esta terça-feira (13), mas o encontro foi cancelado unilateralmente pelo órgão municipal. “Ontem, nós recebemos um comunicado que a mesa de hoje estava suspensa, porque o governo tomou a decisão política de não negociar com nenhuma categoria que estivesse em greve”, relatou Dornelas.

A decisão da Prefeitura gerou indignação entre os profissionais da educação. “Greve é um direito constitucional. O governo não pode fechar o canal de negociação. A categoria quis a greve, para repudiar essa posição e esse arrocho salarial que está sendo imposto”, completou a dirigente sindical.

Na manhã desta terça-feira (13), os professores realizaram um protesto em frente à Câmara Municipal do Recife e, em seguida, seguiram em passeata até a Avenida Conde da Boa Vista, no Centro da cidade, em ato conjunto com os enfermeiros da rede municipal, que também estão em greve há mais de seis dias. Segundo o Simpere, a mobilização dos educadores tem alcançado adesão de cerca de 98% das escolas da rede.

Uma nova assembleia da categoria está marcada para esta quarta-feira (14), com a expectativa de fortalecer o movimento grevista e pressionar a Prefeitura a reabrir o canal de diálogo. O sindicato promete manter a mobilização até que haja avanço concreto nas negociações e o reajuste reivindicado seja, ao menos, debatido de forma transparente.

Enquanto isso, milhares de alunos da rede municipal seguem sem aulas, e o cenário educacional da capital pernambucana enfrenta mais um capítulo de instabilidade, diante de um impasse que exige, cada vez mais, disposição para o diálogo. 


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