sexta-feira, 11 de abril de 2025

Carta da filha de Jarbas Vasconcelos acirra disputa pelo comando do MDB

Adriana Vasconcelos rompe silêncio e declara apoio a Raul Henry, aprofundando divisões dentro do partido e reivindicando o legado político do pai

           A disputa pelo comando do MDB em Pernambuco ganhou um novo e importante capítulo nesta sexta-feira (11), com a divulgação de uma carta aberta escrita por Adriana Vasconcelos, filha do ex-governador e ex-senador Jarbas Vasconcelos. No texto, Adriana reafirma o papel central do pai na construção do partido no estado, mas também toma uma posição firme ao declarar apoio ao atual presidente estadual do MDB, Raul Henry — adversário direto do irmão Jarbas Filho na atual disputa.

“Nos últimos anos, Raul tem mostrado competência na condução do partido. E continua sendo o mais preparado para seguir no seu comando”, escreveu Adriana. Ela também ressaltou o vínculo pessoal e político entre Raul e Jarbas, destacando que “todos até diziam que ele era o filho mais velho”, numa tentativa clara de rebater as críticas feitas à permanência de Henry no comando da sigla.

A carta evidencia a fragmentação dentro do MDB pernambucano, com lideranças históricas e familiares divididos em torno do futuro da legenda. Do lado de Adriana e Raul Henry, estão também quadros como o prefeito de Vitória de Santo Antão, Paulo Roberto, e a deputada federal Iza Arruda, ambos citados por Adriana como exemplos de renovação e compromisso com os valores defendidos pelo MDB de Jarbas.

“Querer negar a trajetória de Raul ao lado do meu pai é um grande erro”, afirmou Adriana, apontando o que seria uma tentativa de reescrever a história recente do partido.

A manifestação pública de Adriana surge como contraponto direto ao apoio anunciado por Jarbas Vasconcelos ao filho caçula, Jarbas Filho, e ao senador Fernando Dueire — que assumiu o mandato de Jarbas no Senado após sua renúncia em setembro de 2023. A decisão de Jarbas, ainda que afastado da vida pública, provocou reações fortes no partido. Raul Henry, por sua vez, criticou o posicionamento do ex-governador, com quem afirma ter dividido 35 anos de trajetória política.

“Acho lamentável o que está acontecendo no nosso partido. Trazer meu pai para essa disputa é não respeitar a sua vontade de não mais querer se envolver em disputas políticas. Ele me declarou de viva voz sua posição de neutralidade. É importante lembrar que ele se licenciou do cargo de Senador por não mais se sentir em plenas condições de seguir num cargo de tamanha relevância e de não poder se dar por inteiro à estatura do cargo”, disse Adriana.

Adriana ainda afirmou que, embora hoje componha a comissão provisória do MDB, deve ingressar no diretório estadual da sigla, deixando clara sua disposição de permanecer atuante nas decisões da legenda.

Com essa nova declaração, o MDB de Pernambuco se vê mergulhado em uma disputa que vai além da estrutura partidária e entra no campo simbólico da sucessão política de uma das figuras mais influentes da política pernambucana nas últimas décadas.

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