Adriana Vasconcelos rompe
silêncio e declara apoio a Raul Henry, aprofundando divisões dentro do partido
e reivindicando o legado político do pai
A disputa pelo comando do
MDB em Pernambuco ganhou um novo e importante capítulo nesta sexta-feira (11),
com a divulgação de uma carta aberta escrita por Adriana Vasconcelos, filha do
ex-governador e ex-senador Jarbas Vasconcelos. No texto, Adriana reafirma o
papel central do pai na construção do partido no estado, mas também toma uma
posição firme ao declarar apoio ao atual presidente estadual do MDB, Raul Henry
— adversário direto do irmão Jarbas Filho na atual disputa.
“Nos últimos anos, Raul tem
mostrado competência na condução do partido. E continua sendo o mais preparado
para seguir no seu comando”, escreveu Adriana. Ela também ressaltou o vínculo
pessoal e político entre Raul e Jarbas, destacando que “todos até diziam que
ele era o filho mais velho”, numa tentativa clara de rebater as críticas feitas
à permanência de Henry no comando da sigla.
A carta evidencia a
fragmentação dentro do MDB pernambucano, com lideranças históricas e familiares
divididos em torno do futuro da legenda. Do lado de Adriana e Raul Henry, estão
também quadros como o prefeito de Vitória de Santo Antão, Paulo Roberto, e a
deputada federal Iza Arruda, ambos citados por Adriana como exemplos de
renovação e compromisso com os valores defendidos pelo MDB de Jarbas.
“Querer negar a trajetória
de Raul ao lado do meu pai é um grande erro”, afirmou Adriana, apontando o que
seria uma tentativa de reescrever a história recente do partido.
A manifestação pública de
Adriana surge como contraponto direto ao apoio anunciado por Jarbas Vasconcelos
ao filho caçula, Jarbas Filho, e ao senador Fernando Dueire — que assumiu o
mandato de Jarbas no Senado após sua renúncia em setembro de 2023. A decisão de
Jarbas, ainda que afastado da vida pública, provocou reações fortes no partido.
Raul Henry, por sua vez, criticou o posicionamento do ex-governador, com quem
afirma ter dividido 35 anos de trajetória política.
“Acho lamentável o que está
acontecendo no nosso partido. Trazer meu pai para essa disputa é não respeitar
a sua vontade de não mais querer se envolver em disputas políticas. Ele me
declarou de viva voz sua posição de neutralidade. É importante lembrar que ele
se licenciou do cargo de Senador por não mais se sentir em plenas condições de
seguir num cargo de tamanha relevância e de não poder se dar por inteiro à
estatura do cargo”, disse Adriana.
Adriana ainda afirmou que,
embora hoje componha a comissão provisória do MDB, deve ingressar no diretório
estadual da sigla, deixando clara sua disposição de permanecer atuante nas
decisões da legenda.
Com essa nova declaração, o
MDB de Pernambuco se vê mergulhado em uma disputa que vai além da estrutura
partidária e entra no campo simbólico da sucessão política de uma das figuras
mais influentes da política pernambucana nas últimas décadas.
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