Enquanto isso, quatro projetos
enviados pelo governo à Casa não saíram da mesa da Presidência. As propostas
tratam sobre as forças policiais do estado e já enfrentam resistência. Em
especial, o projeto que extingue faixas salariais para os policiais militares,
alvo de repúdio pela corporação e seus representantes. Procurada, a governadora
Raquel Lyra não retornou.
O distanciamento é
justificado pela judicialização de um dos reveses que a governadora teve no ano
passado e que é tema de ação no Supremo Tribunal Federal (STF). Em outubro, a
Assembleia derrubou os vetos de Raquel à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO):
o principal impasse diz respeito ao excedente da arrecadação e sua destinação
limitada ao Executivo.
A ida ao STF fez com que a
Casa emitisse uma nota de repúdio em que defendeu a distribuição dos excedentes
para todos os Poderes e órgãos autônomos, de forma proporcional. “Ao mesmo
tempo em que os índices de violência disparam e hospitais públicos apresentam
sérios problemas, causa estranheza o fato da Srª Governadora envidar esforços
para tentar obstaculizar através da via judicial a destinação de recursos
pertencentes aos demais Poderes, ao invés de encontrar soluções para os
problemas que afligem o povo pernambucano nas áreas de Saúde, Segurança,
Educação e tantas outras”, diz trecho.
Foi justamente na tramitação
da LDO que a relação com Álvaro Porto desandou. À época, o presidente votou
pela derrubada e chegou a publicar nas redes sociais uma crítica pela ausência
de diálogo com a governadora. A crise se intensificou em fevereiro, quando o
áudio de seu microfone vazou enquanto falava sobre o discurso de Raquel Lyra:
— E o discurso dela, eu não
entendi nada, conversou merda demais e não disse nada.
Desde então, Porto autorizou
a migração de seu grupo político para o Republicanos, partido da bancada
independente na Assembleia e base do prefeito João Campos (PSB), adversário de
Raquel. A expectativa é que Porto também venha a trocar de partido, mas seria
preciso aguardar a janela partidária de 2026 ou pleitear o embarque na sigla
via Justiça.
— Apesar de ser rompido
politicamente, o presidente tem assegurado que toda pauta importante para o
estado enviada pelo Executivo não terá nenhum tipo de boicote — diz o deputado
João Paulo (PT).
Responsável por encerrar um ciclo de 16 anos do PSB no estado, a governadora teria cometido o que parlamentares da direita à esquerda chamam de “pecado original”, quando promoveu um “exoneraço” ao assumir a cadeira. Um ano depois, as vagas não foram preenchidas na íntegra, o que provoca rusgas com o funcionalismo público. A falta de reajustes salariais também motiva greves nos setores de educação, transporte e segurança pública. Do blog do Ricardo Antunes
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