Lula retornou a São Paulo na
sexta-feira, a tempo de ver de casa a primeira derrota da Seleção na Copa,
contra Camarões, e já retorna hoje, no fim do dia, para Brasília. Antes de
embarcar, porém, o presidente eleito passará por exames no Hospital Sírio
Libanês para acompanhar a recuperação da cirurgia na garganta a qual se
submeteu em novembro.
Lula volta para completar as
costuras iniciadas na semana passada. As negociações para aprovação da PEC não
passam apenas por definir o limite do estouro do teto de gastos ou o prazo de
validade da medida, mas pela costura da base congressual de Lula e das legendas
que terão espaço na Esplanada dos Ministérios no novo governo. Nomes, porém, só
devem ser anunciados após a diplomação de Lula no cargo de presidente, no dia
12.
Os primeiros passos do
presidente eleito foram em direção aos presidentes da Câmara, Arthur Lira
(PP-AL) e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Homem forte do presidente Jair
Bolsonaro (PL) nos últimos anos, Lira é o alvo principal. Tanto que a Federação
Brasil da Esperança, que elegeu Lula — formada por PT, PCdoB, PV e PSB — já
declarou apoio oficial à reeleição do atual presidente da Câmara, e espera em
troca a garantia de uma rápida tramitação da PEC.
Em Brasília, Lula tem se
hospedado no hotel que fica em frente ao posto de combustíveis que deu nome à
operação que o levou à prisão. Na semana que passou, o líder petista teve uma
intensa agenda de negociações em ambientes mais distantes e reservados que o do
CCBB. Além de receber dezenas de políticos no hotel, o presidente eleito
participou de alguns encontros sociais na capital. Foi o principal convidado de
jantar na casa da senadora Kátia Abreu (PP-TO) e, também, na do Ministro Bruno
Dantas, presidente em exercício do Tribunal de Contas da União (TCU). Na sexta,
pouco antes de embarcar para São Paulo, Lula visitou o ex-presidente José
Sarney, na casa dele, no Lago Sul.
Assim, em uma semana, Lula
conseguiu encontrar pessoalmente diversos líderes do MDB, do União Brasil e do
PSD, entre outros ligados ao centro e à direita não bolsonaristas. Dos
bastidores desses encontros sabe-se que já há sinalização de espaços em
ministérios para essas três siglas, que dariam ampla maioria parlamentar à base
do governo que assume em janeiro. Junto com os demais partidos que apoiaram
Lula na eleição, o bloco seria o maior nas duas Casas do Congresso.
Com a base começando a se conformar, o gabinete de transição espera que a PEC seja discutida na terça-feira na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado, e votada até o dia seguinte, conforme disse a interlocutores o próprio presidente da comissão, senador David Alcolumbre (UB-AP). A expectativa é que, no mesmo dia da aprovação na CCJ, o projeto seja votado no plenário do Senado, para que o texto seja imediatamente enviado à Câmara para apreciação.
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