"Nos meus 29 anos de
Fazenda, eu nunca vi um governo ir para outro governo com R$ 3 bilhões em
caixa. Se isso é pouco, então a gente precisa ir para São Paulo, para um estado
mais rico. Porque aqui eu nunca ouvi dizer que isso é pouco", afirmou o
secretário da Fazenda, Décio Padilha.
Relatório apresentado um dia
antes pela vice-governadora eleita, Priscila Krause (Cidadania), coordenadora
da equipe de transição do futuro governo, aponta que 75 obras precisam ser
concluídas no próximo ano.
De acordo com o documento,
há uma diferença de cerca de R$ 1,5 bilhão entre o valor necessário para a
conclusão dessas obras e o orçamento destinado para elas em 2023.
São projetos do Departamento
de Estradas de Rodagem (DER), da Companhia Estadual de Habitação (Cehab) e da
Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres).
Segundo o secretário de
Planejamento, Alexandre Rebêlo, esse valor de R$ 2,9 bilhões que ficará de
superávit só poderá ser incorporado ao orçamento do estado em 2023.
"Todo exercício é
assim, você vê o que é que ficou em caixa no final do ano e incorpora no
orçamento do ano seguinte. Então, essa pretensa falta de R$ 1,5 bilhão, que a
gente não reconhece, mas nós vamos deixar R$ 3 bilhões em caixa. Na verdade,
sobra R$ 1 bilhão", afirmou Rebêlo.
Ao defender que o estado
está equilibrado financeiramente, Décio Padilha apresentou ainda outros pontos,
como a baixa taxa de endividamento, de 21,4% da Receita Corrente Líquida (RCL).
O secretário da Fazenda
também citou a nota B ne capacidade de pagamento (Capag), dada pelo Tesouro
Nacional, que indica a capacidade do estado de contrair empréstimos. Segundo
ele, o estado poderá investir até R$ 3,4 bilhões no próximo ano através de operações
de crédito.
"O ano que vem, depois
do ano que vem, cada um que construa a sua história. Que corte despesas, que
aumente suas receitas, que reduza benefício fiscal, que melhore a sua máquina
de aplicação de recursos, que vá atrás de operações de crédito dos
bancos", afirmou Padilha.
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