Lula admite falhas no metrô do Recife e anuncia novo modelo com investimento de R$ 4 bilhões

             No terceiro ano de seu terceiro mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reconheceu publicamente a situação crítica do metrô do Recife, afirmando que, nas condições atuais, o sistema “não pode ser chamado de metrô”. A declaração foi feita durante anúncio oficial de um novo modelo de gestão e investimentos, que prevê uma ampla requalificação do sistema metroviário da capital pernambucana e da Região Metropolitana.

Segundo o presidente, o governo federal manterá os compromissos assumidos com Pernambuco e atuará diretamente para garantir melhorias estruturais. “O governo federal não faltará com a palavra dada ao estado. Temos interesse em atender para que o metrô do Recife valha a pena ser chamado de metrô”, afirmou Lula, destacando que o objetivo é assegurar o direito de ir e vir da população.

A governadora Raquel Lyra (PSD) ressaltou que a requalificação do metrô é estratégica para enfrentar desigualdades históricas da Região Metropolitana do Recife, considerada uma das mais vulneráveis do país. Para ela, investir em mobilidade urbana é essencial para promover desenvolvimento econômico, inclusão social e redução da pobreza extrema.

O prefeito do Recife, João Campos, também destacou a importância do projeto e afirmou que a modernização do sistema marcará “uma nova era para o metrô da cidade”, beneficiando centenas de milhares de usuários que dependem diariamente do transporte para trabalhar, estudar e acessar serviços.

O plano anunciado prevê investimento de R$ 4 bilhões ao longo de cinco anos, após a assinatura do contrato de concessão, dentro de um modelo estudado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) desde 2022. A proposta foi apresentada pelo ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, durante evento no Palácio do Planalto, em Brasília, que reuniu o presidente da República, a governadora de Pernambuco, o prefeito do Recife e parlamentares da bancada federal do estado.

Atualmente, o metrô do Recife transporta entre 160 mil e 170 mil passageiros por dia, número bem abaixo do potencial histórico do sistema, que já chegou a atender quase o dobro desse volume. Pela nova modelagem, a União, por meio do Ministério das Cidades, fará os aportes financeiros iniciais, enquanto a concessão terá prazo de 30 anos.

O processo de estadualização do metrô, quando a responsabilidade deixará de ser federal e passará para o Governo de Pernambuco, deve durar pouco mais de um ano e funcionará como fase de transição até a consolidação do novo modelo de gestão.

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