quinta-feira, 20 de novembro de 2025

Operação Alvitre aponta que presidente da Câmara de Ipojuca repassou R$ 12 milhões a associação ligada a ele

                As investigações da Polícia Civil e do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) revelam que o presidente da Câmara Municipal de Ipojuca, Flávio do Cartório (PSD), destinou cerca de R$ 12 milhões em emendas parlamentares, ao longo de três anos, para o Instituto Filhos de Ipojuca — entidade que, segundo os investigadores, é controlada por ele e por familiares. O caso integra a Operação Alvitre, que apura um esquema de desvio que pode chegar a R$ 27 milhões no município.

Flávio do Cartório e o primeiro vice-presidente da Câmara, Professor Eduardo (PSD), foram presos na terça-feira (18) por suspeita de lavagem de dinheiro. O presidente teve mandado de prisão expedido nesta segunda fase da operação; já Professor Eduardo, detido em flagrante, recebeu alvará de soltura na quarta-feira (19).

O Instituto Filhos de Ipojuca, inicialmente autorizado a executar projetos esportivos, recebia valores próximos de R$ 250 mil. Após alterar sua finalidade para incluir serviços na área da saúde, passou a firmar contratos milionários financiados por emendas impositivas. Conforme o delegado Ney Luiz Rodrigues, provas apontam que a associação pertence de fato ao vereador, incluindo declarações em prestação de contas e contas de luz em nome dele ou de seu pai.

Na nova etapa da operação, também foram presos o presidente do Instituto Filhos de Ipojuca e um empresário que prestava serviços ao município. Além disso, foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão em Ipojuca, Recife e Bezerros. A primeira fase da Operação Alvitre ocorreu em outubro.

Durante a prisão de Flávio do Cartório, policiais encontraram anotações que indicam possível prática de “rachadinha”, com registros de nomes de servidores e valores que totalizam R$ 345 mil, sugerindo controle mensal de repasses. Celulares, documentos e outros materiais também foram apreendidos.

Além disso, no dia 28 de outubro, uma mulher de 46 anos foi morta no quintal de casa pouco após ir à Delegacia de Porto de Galinhas para depor sobre o caso. Simone Marques da Silva era professora universitária e seria ligada uma das mulheres investigadas no esquema.

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