terça-feira, 11 de novembro de 2025

Após críticas, relator do PL Antifacção recua e volta a permitir operações conjuntas da PF sem aval de governadores

 Lula Marques/Agência Brasil
            Depois de fortes críticas do governo federal, de especialistas em segurança pública e da própria Polícia Federal (PF), o deputado Guilherme Derrite (PP-SP), relator do Projeto de Lei Antifacção (PL 5.582/2025), decidiu alterar o artigo 11 da proposta para restaurar a autonomia da PF em operações conjuntas com as polícias estaduais, sem a necessidade de autorização prévia dos governadores.

A mudança foi anunciada após o texto original gerar grande repercussão negativa entre autoridades e profissionais da segurança. A PF havia divulgado nota afirmando que a versão inicial do projeto representava “um retrocesso” e poderia inviabilizar ações de combate ao crime organizado, como a operação que desarticulou o uso de postos de combustíveis pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) para lavagem de dinheiro.

Derrite, que se licenciou do cargo de secretário de Segurança Pública de São Paulo para relatar a matéria, afirmou que decidiu ajustar o texto após receber sugestões de parlamentares, magistrados, membros do Ministério Público, advogados e agentes de segurança.

“Em nome da relevância da pauta, suprapartidária, e do processo democrático que sempre defendi, incorporo ao substitutivo as alterações”, declarou o deputado.

O projeto, de autoria do Executivo federal, pretende endurecer as regras de combate às facções criminosas e milícias, mas o parecer de Derrite foi alvo de críticas do próprio governo, que não foi consultado antes das mudanças apresentadas.

Mesmo após o recuo no artigo 11, o relator manteve a inclusão das ações de facções e milícias na Lei Antiterrorismo, ponto que segue gerando polêmica. Especialistas alertam que essa definição pode abrir brechas para interpretações internacionais, permitindo que outros países usem o enquadramento como justificativa para intervenções externas no Brasil.

A votação do PL Antifacção está prevista para esta terça-feira (11) no plenário da Câmara dos Deputados, e deve mobilizar amplos debates entre parlamentares da base do governo e da oposição. 

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