De acordo com a
investigação, conduzida pela Delegacia de Porto de Galinhas, o inquérito foi
aberto em outubro de 2024 após uma série de denúncias feitas por moradores e
lideranças políticas do município nas redes sociais. As apurações preliminares
apontam que parlamentares estariam destinando recursos para associações
fantasmas ou entidades sem qualquer capacidade técnica ou estrutural para
executar os projetos propostos.
Entre 2022 e 2024, a
Prefeitura de Ipojuca desembolsou mais de R$ 39 milhões em emendas
parlamentares. Só em 2023, uma única entidade recebeu mais de R$ 7 milhões,
levantando suspeitas e acelerando as investigações.
Outro ponto que chama
atenção é a mudança legislativa aprovada pela própria Câmara, em setembro de
2023, que ampliou o percentual destinado às emendas impositivas: de 1,2% para
2% do Orçamento Municipal. A alteração, segundo investigadores, teria ampliado
ainda mais o espaço para manobras fraudulentas.
Nesta fase da operação, foram
cumpridos sete mandados de prisão e 21 de busca e apreensão. Entre os alvos
estão duas advogadas, além de empresários e um médico. A Polícia Civil ainda
não divulgou oficialmente os nomes dos investigados, nem as empresas
possivelmente beneficiadas pelo esquema.
Os suspeitos devem responder
por corrupção passiva, peculato, falsidade documental e lavagem de dinheiro.
Caso as irregularidades sejam comprovadas, o rombo aos cofres públicos de
Ipojuca pode figurar entre os maiores já registrados no município.
O caso expõe não apenas a
fragilidade na fiscalização do uso das emendas parlamentares, mas também os
riscos de se transformar um instrumento legítimo de fortalecimento de
comunidades em mecanismo de desvio e enriquecimento ilícito. Em várias cidades
do estado as câmara já possuem as chamadas emendas impositivas.
As investigações seguem em andamento, e a expectativa é de que, nos próximos dias, novos detalhes sobre os envolvidos sejam revelados.
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