quinta-feira, 2 de outubro de 2025

Polícia Civil deflagra operação contra esquema de desvio de emendas parlamentares em Ipojuca

               A manhã desta quinta-feira (2) começou movimentada no Litoral Sul de Pernambuco. A Câmara de Vereadores de Ipojuca tornou-se alvo de uma grande operação da Polícia Civil, que investiga um esquema milionário de desvio de verbas públicas por meio do direcionamento de emendas parlamentares impositivas.

De acordo com a investigação, conduzida pela Delegacia de Porto de Galinhas, o inquérito foi aberto em outubro de 2024 após uma série de denúncias feitas por moradores e lideranças políticas do município nas redes sociais. As apurações preliminares apontam que parlamentares estariam destinando recursos para associações fantasmas ou entidades sem qualquer capacidade técnica ou estrutural para executar os projetos propostos.

Entre 2022 e 2024, a Prefeitura de Ipojuca desembolsou mais de R$ 39 milhões em emendas parlamentares. Só em 2023, uma única entidade recebeu mais de R$ 7 milhões, levantando suspeitas e acelerando as investigações.

Outro ponto que chama atenção é a mudança legislativa aprovada pela própria Câmara, em setembro de 2023, que ampliou o percentual destinado às emendas impositivas: de 1,2% para 2% do Orçamento Municipal. A alteração, segundo investigadores, teria ampliado ainda mais o espaço para manobras fraudulentas.

Nesta fase da operação, foram cumpridos sete mandados de prisão e 21 de busca e apreensão. Entre os alvos estão duas advogadas, além de empresários e um médico. A Polícia Civil ainda não divulgou oficialmente os nomes dos investigados, nem as empresas possivelmente beneficiadas pelo esquema.

Os suspeitos devem responder por corrupção passiva, peculato, falsidade documental e lavagem de dinheiro. Caso as irregularidades sejam comprovadas, o rombo aos cofres públicos de Ipojuca pode figurar entre os maiores já registrados no município.

O caso expõe não apenas a fragilidade na fiscalização do uso das emendas parlamentares, mas também os riscos de se transformar um instrumento legítimo de fortalecimento de comunidades em mecanismo de desvio e enriquecimento ilícito. Em várias cidades do estado as câmara já possuem as chamadas emendas impositivas.

As investigações seguem em andamento, e a expectativa é de que, nos próximos dias, novos detalhes sobre os envolvidos sejam revelados. 

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