domingo, 12 de outubro de 2025

Espedito: memória, legado e paixão alvirrubra

                   Hoje, 12 de outubro, seria o aniversário de Espedito. Um dia que o tempo não apagou, porque certas pessoas, certas vidas, permanecem vivas em cada memória, em cada gesto, em cada coração que ainda bate por elas. Espedito, a criança que um dia foi, cresceu em um mundo que mudava devagar — ruas de terra, cheiro de café fresco, vozes de rádio contando notícias distantes, embalado por Nelson Gonçalves, Augusto Calheiros, Nubia Lafayette — e aprendeu cedo que a vida é feita de coragem, trabalho e alegria compartilhada.

Ele atravessou décadas, viu nascerem Carlos, Francisco, Marcos e Paulo, Paulo duas vezes, vigou o último, guiando-os com paciência e amor, sempre ao lado de Carmelita, sua companheira de toda a vida, cuja ausência hoje ainda dói, mas cujo amor permanece eterno, entrelaçado com o dele em cada lembrança.

Hoje, Espedito deveria estar sorrindo. Sorrindo, comedido, como sempre fora, pelo seu aniversário, pelo abraço dos filhos, pelo carinho que sempre mereceu. Sorrindo pelo Náutico, seu time do coração, que inicia um novo ciclo no futebol, trazendo esperança, vitórias e aquela emoção que só o esporte consegue dar; não o Sport da ilha, claro. Imagino-o vibrando a cada gol, sem fazer um só gesto, o rosto iluminado, a voz silenciosa ecoando na sala, a alegria simples de torcer, de celebrar, de sentir a vida pulsar em cada lance, sem expressar nada.

O tempo levou Espedito da vida terrestre, levou Carmelita também, mas não levou o que eles plantaram: ensinamentos, virtudes, amor, coragem, alegria e dedicação. Eles continuam vivos nas memórias que contamos, nos exemplos que seguimos, no riso de quem os conheceu, e até na torcida de um time que ele tanto amou, embora três filhos não o seguiram, só “Beliato”, o Carlos, mais velho.

Neste 12 de outubro, celebramos Espedito não apenas com lembranças, mas com gratidão. A criança que ele foi, o homem que se tornou, o pai, o esposo, o torcedor apaixonado — todos coexistem em cada gesto de quem carrega seu legado. Hoje, em cada abraço, em cada memória compartilhada, em cada grito de gol do Náutico, infelizmente, mas fazer o quê, Espedito sorri conosco, porque a vida que ele viveu e o amor que deixou continuam presentes, eternos, indestrutíveis.

No fundo, sabemos que aniversários não medem apenas anos, mas o impacto que um coração deixou nos corações que o seguem. E nesse 12 de outubro, o vento balança as folhas e o tempo parece retroceder.

Hoje seria um dia de festa, e a festa perdura — na lembrança, no coração e na paixão alvirrubra que ainda pulsa no grito de torcedor do filho mais velho, e no coração de todos os quatros rebentos.

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