sexta-feira, 24 de outubro de 2025

Eletrobras muda nome e passa a se chamar Axia Energia; Chesf perde identidade histórica

                   Privatizada durante o governo Jair Bolsonaro, a Eletrobras — maior empresa de energia elétrica da América Latina — inicia uma nova fase sob o controle da iniciativa privada. A companhia, que desde a década de 1950 era símbolo da presença estatal no setor elétrico, anunciou uma mudança de identidade corporativa: a holding e suas subsidiárias, incluindo a tradicional Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), passam a se chamar Axia Energia.

O fim da marca Chesf acontece depois de 76 anos. A Companhia foi constituída em 1948 e durante décadas foi uma das empresas mais rentáveis do antigo sistema Eletrobrás. A marca Chesf patrocinou de esportes a grandes eventos artísticos na região e foi para a iniciativa privada levando 12 usinas hidrelétricas, 14 usinas eólicas e três usinas solares.

A mudança, revelada pelo jornalista Pedro Ivo Bernardes, do Diário de Pernambuco, marca o fim de uma era de identidades regionais em favor de uma marca única e global. Também integram o novo nome as empresas Eletrosul, Eletronorte e Furnas.

Segundo a nova direção, a Axia Energia nasce com o propósito de se posicionar como uma companhia de geração 100% renovável. Para isso, a Eletrobras firmou recentemente um acordo de venda de sua participação de 68% na Eletronuclear para a Âmbar Energia, braço do grupo J&F, dos empresários Joesley e Wesley Batista.

A transação segue a mesma linha de movimentações anteriores — como a venda de 12 usinas térmicas no Amazonas, também para a Âmbar — e tem como objetivo “limpar” a matriz energética e o balanço financeiro da empresa, ao se desfazer de ativos ligados à energia nuclear e de dívidas bilionárias associadas ao Complexo Nuclear de Angra dos Reis.

Atualmente, o governo federal ainda detém 42% das ações da companhia, mas apenas 10% do poder de voto, devido às regras de governança definidas na privatização. A reestruturação corporativa ainda depende de homologação pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em julgamento virtual que ocorrerá entre 31 de outubro e 10 de novembro, sob relatoria do ministro Kássio Nunes Marques.

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