A declaração provocou reação
imediata do Ministério das Relações Exteriores (MRE), que divulgou nota oficial
condenando o tom da fala de Leavitt.
Em seu comunicado, o
Itamaraty classificou como inaceitável qualquer tipo de sanção econômica ou
ameaça de uso da força contra o país. “O primeiro passo para proteger a
liberdade de expressão é justamente defender a democracia e respeitar a vontade
popular expressa nas urnas. É esse o dever dos três Poderes da República, que
não se intimidarão por qualquer forma de atentado à nossa soberania”,
destacou o ministério.
O texto ainda reforçou que “o
governo brasileiro repudia a tentativa de forças antidemocráticas de
instrumentalizar governos estrangeiros para coagir as instituições nacionais”.
Além da manifestação oficial
do Itamaraty, o episódio repercutiu no cenário político nacional. A
ministra-chefe das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, elevou o tom e
chamou a fala de Leavitt de “inadmissível”.
Em publicação nas redes
sociais, Gleisi acusou aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro de conspirarem
contra o país com apoio externo. “A conspiração da família Bolsonaro
contra o Brasil chegou ao cúmulo hoje, com a declaração da porta-voz de Donald
Trump de que os EUA podem usar até força militar contra o nosso país. Não
bastam as tarifas contra nossas exportações, as sanções ilegais contra
ministros do governo, do STF e suas famílias, agora ameaçam invadir o Brasil
para livrar Jair Bolsonaro da cadeia. Isso é totalmente inadmissível”,
escreveu.
A polêmica surge em meio ao julgamento
no STF envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro, que enfrenta processos por
ataques às instituições democráticas e já teve dois votos condenatórios
(Alexandre de Moraes e Flávio Dino). No campo internacional, o episódio coloca
em xeque a relação diplomática entre Brasília e Washington, historicamente
marcada por cooperação, mas que agora enfrenta um de seus momentos mais
delicados.
Especialistas em política externa alertam que o endurecimento do discurso da Casa Branca pode abrir espaço para uma crise diplomática sem precedentes recentes, colocando a soberania brasileira no centro do debate global sobre democracia, liberdade de expressão e ingerência internacional.
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