sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Governo Raquel Lyra chega a 22 mudanças no secretariado em menos de dois anos de gestão

           As exonerações da secretária da Controladoria-Geral do Estado (CGE), Érika Lacet, e do secretário da Fazenda (Sefaz), Wilson de Paula, publicadas nesta sexta-feira (26) no Diário Oficial do Estado (DOE), ampliaram para 22 o número de trocas no primeiro escalão do governo Raquel Lyra (PSDB) desde o início da gestão, em 2023. Somente em 2025, já foram sete mudanças de titulares de pastas estratégicas.

Na Fazenda, quem assume o comando é o auditor fiscal Flávio Martins Sodré de Mota, substituindo Wilson de Paula, que deixou o cargo após menos de dois anos à frente da secretaria. Além dele, a pasta também perdeu a secretária-executiva Stephanie Christini Gomes Pereira, substituída por Cindy Ferreira Barbosa dos Santos, até então diretora de Planejamento e Controle da Ação Fiscal.

Na CGE, a vaga deixada por Érika Lacet será ocupada pelo secretário-executivo de Transparência e Controle, Renato Barbosa Cirne.

De acordo com as publicações no DOE, todas as exonerações ocorreram “a pedido” dos próprios secretários. Wilson de Paula chegou a divulgar uma carta de despedida agradecendo a confiança da governadora e destacando avanços obtidos na Sefaz. Porém, nos bastidores, circula a versão de que sua saída teria sido motivada por interferências em suas decisões e por uma alegada falta de autonomia na condução da pasta — insatisfação que não seria inédita no governo Raquel.

No início do ano, o então secretário da Educação, Alexandre Schneider, também pediu exoneração, oficialmente por motivos pessoais. Fontes ligadas à pasta, no entanto, afirmaram que Schneider não teria conseguido implementar mudanças em cargos estratégicos ligados a Gilson Monteiro, aliado histórico de Raquel em Caruaru e atual titular da Educação.

Enquanto CGE, Fazenda e Educação registram substituições técnicas, outras mudanças de 2025 tiveram um viés claramente político. O ex-prefeito de Custódia, Emmanuel Fernandes (Avante), assumiu a Secretaria de Desenvolvimento Profissional e Empreendedorismo; o deputado estadual Kaio Maniçoba (PP) ficou com a Secretaria de Turismo; André Teixeira Filho passou a comandar Mobilidade e Infraestrutura; e o ex-deputado federal Daniel Coelho (PSD) retornou ao governo como secretário do Meio Ambiente, após disputar a Prefeitura do Recife em 2024.

Com as trocas mais recentes, o governo Raquel já acumula mudanças em praticamente todas as áreas estratégicas. Desde 2023, passaram por alterações as secretarias de Cultura, Defesa Social, Desenvolvimento Agrário (duas vezes), Mulher (duas vezes), Mobilidade e Infraestrutura (duas vezes), Assistência Social, Projetos Estratégicos (duas vezes), Justiça e Direitos Humanos, Educação (duas vezes), Turismo (duas vezes), Criança e Juventude, Assessoria Especial, Desenvolvimento Profissional, Meio Ambiente, Fazenda e Controladoria-Geral.

O ritmo de mudanças reforça a percepção de instabilidade administrativa, mas também de uma governadora que tem buscado equilibrar a gestão técnica com a pressão de aliados políticos. A oposição já explora o tema como sinal de desorganização, enquanto a base do governo defende que as alterações fazem parte de um processo natural de ajustes na equipe. 

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