sábado, 20 de setembro de 2025

Delegada Vilaneida Aguiar denuncia perseguição dentro da Polícia Civil de Pernambuco

            A crise nos bastidores da Polícia Civil de Pernambuco ganhou um novo capítulo. Após a polêmica envolvendo a delegada Natasha Dolci, que aguarda ato da governadora Raquel Lyra (PSD) para ter consumada sua demissão, agora foi a vez da delegada Vilaneida Aguiar declarar publicamente que também sofre perseguição da Delegada-geral adjunta, Beatriz Leite.

Em conversas registradas em um grupo de WhatsApp da Adeppe (Associação dos Delegados de Polícia de Pernambuco), Vilaneida, com 17 anos de carreira e especialista em prevenção de abuso infantil, relatou ter sido transferida abruptamente e sem qualquer justificativa após seis anos à frente de uma mesma delegacia. Segundo ela, a decisão partiu diretamente de Beatriz Leite.

A delegada ainda revelou ter sido alvo de sindicância depois de comentar, no mesmo grupo, que o caso de Natasha Dolci reativava lembranças de episódios de assédio moral na corporação. “É muito revoltante se sentir injustiçada. É complicado ir contra uma pessoa que detém o poder nas mãos e maldade, muita maldade”, escreveu Vilaneida, sem citar diretamente a Delegada-geral adjunta, mas deixando claro o alvo da acusação.

Coautora do livro Vozes de Transformação, obra que reúne textos de 12 mulheres em defesa dos direitos da infância e contra o abuso infantil, Vilaneida também revelou ter precisado se afastar temporariamente para tratamento psiquiátrico, em razão de crises recorrentes provocadas por situações de assédio moral no ambiente de trabalho.

O cenário de conflito interno não é novo. Além de Natasha Dolci, que responsabiliza Beatriz Leite por sua demissão — formalizada em portaria do secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho, no dia 22 de julho, sob a justificativa de “transgressões disciplinares” — outros dirigentes da Polícia Civil já enfrentaram embates com a atual subchefe da instituição. A própria Beatriz moveu ações judiciais por calúnia e difamação contra Natasha.

As denúncias expõem fissuras cada vez mais profundas na cúpula da Polícia Civil de Pernambuco, levantando questionamentos sobre práticas de gestão, assédio e perseguição dentro da corporação. O caso deve aumentar a pressão sobre a governadora Raquel Lyra e sobre a Secretaria de Defesa Social, que terão de responder às críticas de arbitrariedade e autoritarismo em uma instituição fundamental para a segurança pública do Estado. E a governadora, o que diz? Do Ricardo Antunes


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