Com o fim dos incentivos
fiscais da montadora se aproximando, deputado defende a conclusão da
Transnordestina e do Arco Metropolitano como trunfos estratégicos para manter o
polo automotivo no estado.
RECIFE, PE – Uma
década após sua celebrada instalação em Goiana, na Mata Norte, o futuro do polo
automotivo da Fiat (atual Stellantis) em Pernambuco após o ano de 2032
tornou-se um ponto de grande preocupação na Assembleia Legislativa. O alerta
foi feito nesta semana pelo deputado estadual Antônio Moraes (PP), que apontou
para um cronômetro regressivo: o estado tem apenas sete anos para consolidar
uma infraestrutura logística robusta o suficiente para evitar uma possível
saída da montadora quando seu período de benefícios fiscais chegar ao fim.
A chegada da Fiat ao estado
em 2015 foi um marco, cumprindo a promessa de gerar milhares de empregos e de
potencializar o setor industrial pernambucano com uma das fábricas mais
modernas do país. O "calcanhar de Aquiles" dessa história de sucesso,
no entanto, é a data de validade dos incentivos fiscais concedidos pelo governo
estadual, um dos principais atrativos para a vinda da empresa. Segundo Moraes,
sem essa vantagem competitiva, Pernambuco precisará oferecer outros trunfos
para garantir a permanência da gigante automotiva.
Em entrevista concedida ao
Blog do Alberes Xavier e à Rede Pernambuco de Rádios, o deputado listou as
obras que considera essenciais para criar um ambiente de negócios atrativo e
autossustentável. “Só temos sete anos para resolver pautas importantes
como a Transnordestina, o Arco Metropolitano, porto, aeroporto... Em 2032 a
Fiat poderá deixar o estado, ao final do período de isenção fiscal, e até lá
temos que montar uma infraestrutura atrativa o suficiente para manter a Fiat e
atrair novos investimentos para Pernambuco”, declarou Antônio Moraes.
O alerta do parlamentar joga
luz sobre projetos estruturadores que se arrastam há anos. A Ferrovia
Transnordestina é vista como vital para conectar a produção a outros estados e
baratear o frete. O Arco Metropolitano é crucial para desafogar o trânsito da
Região Metropolitana e otimizar o acesso ao Porto de Suape, por onde os
veículos são exportados.
O pronunciamento de Antônio
Moraes funciona, portanto, como uma convocação à classe política e ao setor produtivo
de Pernambuco. O recado é claro: a celebração pelo sucesso da primeira década
da Fiat precisa ser acompanhada de um planejamento estratégico de longo prazo.
O desafio agora é transformar os próximos sete anos em um período de intensa
execução de obras para que a permanência da montadora e a atração de novos
investimentos sejam uma consequência da eficiência logística do estado, e não
mais uma dependência de incentivos fiscais.
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