sexta-feira, 22 de agosto de 2025

TCE-PE barra 'supersalário' de R$ 50 mil para prefeito de Belém de Maria, valor maior que o de Lula

Em um ato de generosidade com o próprio bolso, gestor aprovou leis que também criavam 500 cargos comissionados. Corte de Contas suspende a festa e determina auditoria especial na prefeitura.

O prefeito de Belém de Maria, Beto do Sargento (PSD), estava prestes a receber uma remuneração mensal que o colocaria em um patamar salarial acima do Presidente da República. Duas leis municipais, aprovadas recentemente, dobravam seus vencimentos para R$ 50 mil — cerca de R$ 6 mil a mais que os R$ 44.008,52 de Luiz Inácio Lula da Silva. A festa, no entanto, foi interrompida pelo Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE-PE).

Em decisão proferida na última quarta-feira (20), o conselheiro Ranilson Ramos emitiu uma medida cautelar, aprovada pelo pleno da corte, suspendendo os efeitos das "leis da bondade". A manobra para inflar os salários era engenhosa: sobre um subsídio de R$ 25 mil, seria aplicada uma "verba indenizatória" de 100%, dobrando o valor final. O mesmo benefício se estenderia ao vice-prefeito, que passaria a ganhar R$ 25 mil, e aos secretários, com R$ 15 mil mensais.

Como se não bastasse a autovalorização, o pacote legislativo também previa a criação de 500 novos cargos comissionados, um número expressivo para um município com pouco mais de 11 mil habitantes.

A intervenção do TCE, porém, transformou o sonho do "supersalário" em um pesadelo administrativo. O que era para ser apenas a suspensão das leis virou uma devassa. O Tribunal autorizou a abertura de uma auditoria especial para analisar toda a estrutura de pessoal da prefeitura de Belém de Maria no período de 2017 a 2025.

Segundo a nota do TCE, a auditoria vai apurar "excesso de cargos comissionados, contratações temporárias sem justificativa, gastos com gratificações e pagamentos de verbas indenizatórias". Além disso, será investigado se a Lei de Responsabilidade Fiscal foi respeitada. O que começou com uma tentativa de garantir um contracheque presidencial, terminou com a gestão do prefeito sob um potente microscópio fiscalizador, com prazo de 60 dias para a conclusão. 

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