domingo, 31 de agosto de 2025

Recife mantém liderança no Nordeste, mas acende sinal de alerta em ranking nacional de competitividade

               Recife reafirmou sua posição como capital mais competitiva do Nordeste, mas a conquista veio acompanhada de um forte sinal de alerta. Na 6ª edição do Ranking de Competitividade dos Municípios, divulgado na quarta-feira (27) pelo Centro de Liderança Pública (CLP) em parceria com a Gove e a Seall, a cidade perdeu oito posições no cenário nacional, configurando uma das quedas mais acentuadas entre as capitais brasileiras.

Enquanto o Recife despencava, outras capitais avançaram com destaque. Salvador, Natal e Teresina registraram crescimento expressivo no Nordeste, enquanto no Norte do país, Porto Velho, Macapá e Palmas se consolidaram como as cidades com maior evolução no levantamento. No total, 18 das 27 capitais brasileiras melhoraram suas colocações – e apenas duas tiveram queda: Recife e Fortaleza, sendo que esta última caiu apenas uma posição, de 8º para 9º lugar, em contraste com a perda significativa da capital pernambucana.

Para especialistas, a queda do Recife não é apenas estatística, mas reflexo de desafios estruturais que a cidade enfrenta. Carla Marinho, executiva de Relações Governamentais e Competitividade do CLP, destaca o impacto do resultado:

“Cair oito posições para uma capital é muito relevante, especialmente quando olhamos para outras cidades que avançaram fortemente neste ciclo.”

Apesar de ainda estar em vantagem no cenário nordestino – a segunda colocada na região, Fortaleza, aparece apenas na 97ª posição – a liderança do Recife perdeu solidez. Carla reforça a necessidade de atenção:

“É uma liderança que precisa ser vigiada e monitorada constantemente. O Recife é, entre as capitais do Nordeste, a que mais perdeu posições neste ranking.”

O comportamento do Recife ao longo das edições do ranking tem sido marcado por altos e baixos. Em 2020, ano marcado pelos impactos da pandemia, a cidade atingiu sua pior colocação, ocupando a 100ª posição. Já em 2023, viveu seu melhor momento, alcançando o 37º lugar. Desde então, contudo, o movimento tem sido de queda contínua.

A trajetória recente reforça um aspecto já conhecido da capital pernambucana: seus contrastes. Recife é reconhecida nacionalmente como polo de inovação tecnológica e de economia criativa, mas ainda enfrenta gargalos relacionados à desigualdade social, mobilidade urbana, gestão de serviços básicos e infraestrutura.

A queda no ranking nacional funciona, portanto, como um termômetro da necessidade de planejamento estratégico, investimentos consistentes e políticas públicas sustentáveis para que a cidade consiga manter sua liderança regional sem perder espaço no cenário nacional. 

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