“Fábio, recebi uma
mensagem de Deus e você não deve mais ser candidato. O propósito acabou, você
já cumpriu o propósito e agora deve cuidar da sua família.”
A comoção foi geral. Parte
da população se emocionou. Outra parte, mais cética, preferiu guardar o print
para futuras comparações. Afinal, no Brasil, já virou tendência: quando não se
quer disputar eleição, basta dizer que é Deus quem não quer.
Pois bem. Menos de um ano
depois, Fábio Aragão ressurge. Mas, dessa vez, sem live, sem lágrimas, sem
mensagem divina. Agora é pré-candidato a deputado estadual, e o chamado veio do
Palácio: Raquel Lyra teria orientado sua candidatura para enfraquecer o deputado
estadual Diogo Moraes, seu primo e antigo aliado — esse sim, com base
consolidada em mais de 15 cidades do Agreste.
Fica a dúvida: o que
aconteceu com a voz de Deus? Silenciou diante da governadora? O propósito mudou?
Ou, quem sabe, o propósito nunca foi espiritual, e sim eleitoral?
Nos meios políticos locais a
informação é de que Fábio volta ao jogo com um projeto que não se sustenta fora
de Santa Cruz. E vale lembrar: uma cidade sozinha não elege deputado estadual.
O que sobra, então, é a leitura política: a candidatura parece mais uma missão
palaciana do que um movimento de quem quer representar o povo.
Pior: soa como traição — à
palavra empenhada, à fé usada como justificativa e ao grupo político que
acreditou no seu “retiro espiritual”.
Mudar de ideia é humano. Mas usar o nome de Deus como argumento político e depois ignorar a própria profecia sem prestar uma única satisfação pública é, no mínimo, desonesto com a palavra dada.
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