quarta-feira, 9 de julho de 2025

Sobretaxa de Trump contra o Brasil provoca reação dura no Congresso em defesa da soberania nacional

Parlamentares classificam decisão do ex-presidente dos EUA como ataque direto ao país e apontam motivação política ligada ao bolsonarismo

A decisão do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre todas as exportações brasileiras a partir de 1º de agosto gerou reações imediatas e inflamadas no Congresso Nacional. Parlamentares de diferentes espectros ideológicos — da base do governo à oposição ao bolsonarismo — enxergam na medida uma retaliação política travestida de política comercial.

O senador Humberto Costa (PT-PE) foi um dos primeiros a se manifestar publicamente, classificando a medida como uma agressão ao país, não apenas ao governo brasileiro. Para ele, trata-se de um ataque à soberania nacional, estimulado pelo alinhamento ideológico entre Donald Trump e o ex-presidente Jair Bolsonaro.

“Nossa soberania não é negociável. A decisão deplorável de Trump, de quem Bolsonaro lambe as botas, não é contra um governo, é contra o Brasil. Enquanto o bolsonarismo ri e aplaude de boné MAGA, trabalharemos no diálogo diplomático para reverter as consequências desse ato insano”, declarou Costa em suas redes sociais.

O senador também ironizou o comportamento submisso que, segundo ele, caracteriza os apoiadores de Bolsonaro em relação a Trump. Em outro post, escreveu:

“Bolsonaro bate continência para a bandeira dos EUA e, junto com a sua turma, veste o boné de Trump, o cara que prejudica o Brasil com sobretaxas exorbitantes. Isso é o bolsonarismo: jogar e torcer contra o Brasil.”

A crítica também veio de setores da esquerda mais combativa. O deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) apontou que a tarifação de 50% não tem qualquer fundamento econômico, mas representa interferência direta nos assuntos internos do Brasil.

“Cadê os capachos do imperador Trump depois da taxação de 50% sobre todos os produtos brasileiros? A explicação não é econômica, é política. É interferência na soberania nacional, no Judiciário brasileiro, e defesa do golpista Bolsonaro que vai para a cadeia. É uma exigência descabida”, publicou Valente.

Do Rio Grande do Sul, o ministro da Secretaria de Comunicação Social e deputado licenciado Paulo Pimenta (PT-RS) também reagiu com indignação, afirmando que os apoiadores de Trump agem como inimigos internos do país.

“VIRA-LATAS – É assim que devem ser chamados todos aqueles que se ajoelham diante do ataque à democracia e soberania brasileira realizado por Donald Trump. Eles, que se autodeclaram patriotas, são, na verdade, quinta-coluna e trabalham contra o Brasil.”

A tensão política foi acentuada por um episódio inusitado. Durante um evento oficial, ao ser questionado por jornalistas sobre a possível taxação, o presidente Lula hesitou em responder. Coube à primeira-dama, Janja da Silva, fazer um comentário sarcástico que rapidamente viralizou:

"Ai, cadê meus vira-latas?", disse Janja, em referência direta aos bolsonaristas que, segundo ela, apoiam Trump mesmo diante de medidas prejudiciais ao Brasil. “A fala foi simbólica e espontânea”, explicou depois. “Mas expressa um sentimento real: há brasileiros que aplaudem medidas que ferem diretamente o interesse nacional.”

A decisão de Trump promete gerar consequências não apenas políticas, mas também econômicas de grandes proporções. O setor exportador brasileiro — especialmente commodities agrícolas, minerais e produtos manufaturados — será diretamente impactado.

O Itamaraty ainda não se manifestou oficialmente sobre a medida, mas fontes do governo indicam que uma ofensiva diplomática já está sendo preparada para tentar reverter a decisão ou mitigar seus efeitos. O Planalto também estuda acionar organismos internacionais como a Organização Mundial do Comércio (OMC) para contestar a legalidade da tarifa.

Mais do que um embate entre lideranças políticas, a sobretaxa imposta por Trump reacende o debate sobre o papel do Brasil no cenário global e a importância da independência diplomática diante de influências externas e pressões ideológicas.

Enquanto isso, no Congresso, cresce o consenso de que a medida é mais do que uma política tarifária — é um teste à coesão nacional frente a ataques externos disfarçados de parceria. 

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