Ação apura desvios de verbas
de emendas parlamentares com ramificações na Bahia, Pernambuco, Brasília e
Salvador; PF bloqueia R$ 85,7 milhões
A Polícia Federal amanheceu
nesta quinta-feira (17) em ação nos estados da Bahia e Pernambuco como parte da
quinta fase da Operação Overclean, que investiga um complexo esquema de fraudes
em licitações, desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro, com base em
verbas provenientes de emendas parlamentares.
Com apoio da
Controladoria-Geral da União (CGU) e da Receita Federal, os agentes cumpriram
mandados em diversos endereços ligados ao esquema, que inclui contratos
suspeitos, empresas de fachada e a possível atuação de figuras influentes na
liberação de recursos federais.
No centro da investigação
estão repasses feitos para municípios do interior baiano, como Campo Formoso,
mas com conexões operacionais e políticas em Pernambuco, Brasília e Salvador.
Em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, a PF esteve em imóveis relacionados a
contratos com indícios de superfaturamento.
Entre os principais alvos da
operação estão aliados do deputado federal Elmar Nascimento (União Brasil – BA)
e o ex-presidente da Codevasf, Marcelo Moreira, que deixou o comando da estatal
em junho, mas ainda recebe R$ 36 mil mensais em quarentena remunerada paga pela
Presidência da República.
Mesmo fora do cargo, Moreira
permanece no foco das investigações. A Codevasf, criada para fomentar o
desenvolvimento do Vale do São Francisco, é agora apontada como peça central de
um esquema que já teria movimentado mais de R$ 1,4 bilhão em contratos
suspeitos.
Em Salvador, o pai de
Marcelo Moreira foi preso em flagrante após os agentes da PF encontrarem uma arma
de fogo não registrada durante o cumprimento dos mandados. A Justiça Federal
autorizou ainda o bloqueio de R$ 85,7 milhões em bens e valores dos
investigados.
Segundo os investigadores, o
esquema funcionava por meio da indicação de recursos via emendas parlamentares
para municípios previamente alinhados com os operadores do grupo, que simulavam
licitações ou inflavam valores de contratos para empresas ligadas aos
envolvidos.
A nova fase da Operação
Overclean representa mais um desdobramento da atuação da PF sobre o uso
político das emendas parlamentares e reforça o papel da Codevasf como foco de
apurações envolvendo superfaturamento e desvio de finalidade administrativa.
A defesa de Marcelo Moreira não se manifestou até o momento. Já a Codevasf informou, em nota breve, que colabora com as autoridades e que todos os contratos da estatal estão sujeitos a auditorias internas e externas.
👉 Acompanhe mais notícias e curta
nossas redes sociais:
Nenhum comentário:
Postar um comentário