quinta-feira, 17 de julho de 2025

Polícia Federal deflagra nova fase da Operação Overclean e mira aliados de deputado e ex-presidente da Codevasf

Ação apura desvios de verbas de emendas parlamentares com ramificações na Bahia, Pernambuco, Brasília e Salvador; PF bloqueia R$ 85,7 milhões

A Polícia Federal amanheceu nesta quinta-feira (17) em ação nos estados da Bahia e Pernambuco como parte da quinta fase da Operação Overclean, que investiga um complexo esquema de fraudes em licitações, desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro, com base em verbas provenientes de emendas parlamentares.

Com apoio da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Receita Federal, os agentes cumpriram mandados em diversos endereços ligados ao esquema, que inclui contratos suspeitos, empresas de fachada e a possível atuação de figuras influentes na liberação de recursos federais.

No centro da investigação estão repasses feitos para municípios do interior baiano, como Campo Formoso, mas com conexões operacionais e políticas em Pernambuco, Brasília e Salvador. Em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, a PF esteve em imóveis relacionados a contratos com indícios de superfaturamento.

Entre os principais alvos da operação estão aliados do deputado federal Elmar Nascimento (União Brasil – BA) e o ex-presidente da Codevasf, Marcelo Moreira, que deixou o comando da estatal em junho, mas ainda recebe R$ 36 mil mensais em quarentena remunerada paga pela Presidência da República.

Mesmo fora do cargo, Moreira permanece no foco das investigações. A Codevasf, criada para fomentar o desenvolvimento do Vale do São Francisco, é agora apontada como peça central de um esquema que já teria movimentado mais de R$ 1,4 bilhão em contratos suspeitos.

Em Salvador, o pai de Marcelo Moreira foi preso em flagrante após os agentes da PF encontrarem uma arma de fogo não registrada durante o cumprimento dos mandados. A Justiça Federal autorizou ainda o bloqueio de R$ 85,7 milhões em bens e valores dos investigados.

Segundo os investigadores, o esquema funcionava por meio da indicação de recursos via emendas parlamentares para municípios previamente alinhados com os operadores do grupo, que simulavam licitações ou inflavam valores de contratos para empresas ligadas aos envolvidos.

A nova fase da Operação Overclean representa mais um desdobramento da atuação da PF sobre o uso político das emendas parlamentares e reforça o papel da Codevasf como foco de apurações envolvendo superfaturamento e desvio de finalidade administrativa.

A defesa de Marcelo Moreira não se manifestou até o momento. Já a Codevasf informou, em nota breve, que colabora com as autoridades e que todos os contratos da estatal estão sujeitos a auditorias internas e externas. 

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