quarta-feira, 16 de julho de 2025

MPPE investiga gestão de pessoal na Câmara de Sertânia por suspeitas de irregularidades

                A Câmara Municipal de Sertânia, no Sertão do Moxotó, entrou na mira do Ministério Público de Pernambuco (MPPE). A 1ª Promotoria de Justiça da cidade instaurou um procedimento administrativo para investigar possíveis irregularidades na política de gestão de pessoal da Casa Legislativa, especialmente no uso de cargos comissionados e na falta de nomeação dos aprovados em concurso público.

A apuração foi formalizada por meio da Portaria nº 02276.000.038/2025, publicada no Diário Oficial desta quarta-feira (16), e tem como base denúncias recebidas pela Ouvidoria do MPPE e por e-mail. Segundo os relatos, cargos comissionados estariam sendo usados para funções técnicas e operacionais, o que contraria diretamente a legislação. Além disso, a Câmara estaria postergando a nomeação de candidatos aprovados em concurso público realizado pela própria instituição.

De acordo com o promotor de Justiça, André Jacinto de Almeida Neto, o procedimento busca assegurar que a Câmara cumpra os princípios constitucionais da administração pública — como legalidade, impessoalidade, moralidade e eficiência — e respeite o princípio do concurso público, previsto no artigo 37 da Constituição Federal.

“O uso indevido de cargos comissionados e o não aproveitamento de concursados podem configurar grave desrespeito à Constituição e à boa gestão pública”, declarou o promotor.

Medidas já determinadas pelo MPPE:

  • Publicação da portaria no Diário Oficial e comunicação ao Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Defesa do Patrimônio Público;
  • Notificação oficial à Câmara de Sertânia sobre a abertura do procedimento;
  • Análise de dados funcionais por meio dos sistemas Sagres (do Tribunal de Contas do Estado) e do Portal da Transparência da própria Câmara;
  • Ampliação do escopo da investigação, que agora engloba toda a política de gestão de pessoal da instituição;
  • Acompanhamento do compromisso assumido pela Câmara, que informou ao MPPE que deve iniciar as nomeações dos aprovados a partir de outubro de 2025.

Apesar de não ter prazo fixado para conclusão, o procedimento poderá resultar em novas ações administrativas ou judiciais, caso sejam confirmadas as irregularidades apontadas. 

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