O projeto, capitaneado pelo
presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), tinha como objetivo
acomodar a redistribuição populacional entre os estados, após decisão do Supremo
Tribunal Federal (STF) que determinou a atualização da composição da Câmara —
algo que não ocorria desde 1933. Segundo o texto, 13 estados ganhariam mais
representação legislativa.
Apesar de parte do governo
defender que Lula deixasse o prazo expirar, transferindo a responsabilidade da
promulgação ao Congresso, o presidente optou por vetar diretamente a medida —
um gesto que, segundo aliados, visou evitar qualquer imagem de "conivência
ou omissão".
“O presidente já
tinha deixado claro que não concordava com esse aumento. Não faria sentido
agora se calar diante de algo que é impopular e que contraria princípios
fiscais”, afirmou um assessor palaciano.
A decisão foi sustentada por
parecer do Ministério da Fazenda, que considerou a proposta uma violação da Lei
de Responsabilidade Fiscal, ao gerar aumento de despesas obrigatórias com
salários, verbas de gabinete e estrutura parlamentar. O impacto seria de milhões
de reais por ano aos cofres públicos, em plena discussão sobre contenção de
gastos.
O veto vem em linha com a
recente pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (16), que mostra
que 85% da população brasileira reprova o aumento de deputados federais,
independentemente do argumento técnico ou jurídico que o sustente.
O gesto de Lula pode ser
lido como uma resposta direta à crescente insatisfação popular com o Congresso
Nacional, que enfrenta críticas sobre distanciamento da realidade econômica do
país e prioridades políticas.
Embora a ampliação das
cadeiras na Câmara esteja prevista constitucionalmente com base no tamanho
populacional dos estados, o debate agora deve voltar ao Congresso — onde os
parlamentares podem optar por derrubar o veto presidencial, exigindo maioria
absoluta na Câmara e no Senado.
A novela institucional continua, mas o Planalto já marcou sua posição: neste tema, Lula preferiu o desgaste com o Congresso ao desgaste com o povo.
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