A imagem da mulher presa
hoje contrasta brutalmente com a figura altiva que nos anos 90 representava o
sistema de Justiça pernambucano. Com cabelos grisalhos, semblante abatido e postura
discreta, Maria Paula estava vivendo sozinha em um pequeno apartamento quando
foi localizada pelos investigadores.
Condenada a 28 anos e oito
meses de prisão, ela será levada ao sistema penitenciário para cumprir a pena
pelos crimes de homicídio qualificado, ocultação de cadáver e associação criminosa.
O caso ganhou repercussão
nacional em 1999, quando o corpo do empresário Mário Celso de Vasconcelos,
então com 50 anos, foi encontrado carbonizado dentro do porta-malas do próprio carro,
na zona rural de Caruaru.
As investigações apontaram
que Maria Paula, então sua esposa, mandou matar o marido motivada por
interesses patrimoniais, após descobrir uma traição. Três cúmplices
participaram do assassinato: o amante da ex-defensora, um vigilante particular
e um ex-presidiário. O plano envolveu envenenamento, espancamento e a queima do
corpo, tudo minuciosamente arquitetado.
Mesmo com provas robustas e
testemunhos, Maria Paula negou envolvimento por anos. Foi condenada à revelia,
mas fugiu antes do início do cumprimento da pena em 2015, quando a decisão
transitou em julgado.
O setor de inteligência da
Polícia Civil intensificou as buscas nos últimos meses após receber denúncias
anônimas. A localização só foi possível após o cruzamento de dados com
registros antigos da Justiça e movimentações bancárias.
“Ela estava
irreconhecível. A última imagem que tínhamos dela era de 2014. Mudou o visual,
se manteve reclusa e evitava contato com vizinhos”,
revelou um dos agentes responsáveis pela prisão.
A prisão de Maria Paula reacende o debate sobre impunidade e privilégio nas estruturas de poder. Uma ex-defensora pública, treinada para proteger a lei, agora enfrentará o rigor dela.
👉 Acompanhe mais notícias e curta
nossas redes sociais:
Nenhum comentário:
Postar um comentário