sábado, 7 de junho de 2025

Ex-defensora pública condenada por mandar matar o marido é presa no Recife após 9 anos foragida

              Quase uma década depois do crime que chocou Caruaru e abalou o sistema judiciário de Pernambuco, a ex-defensora pública Maria Paula Cavalcanti, de 62 anos, foi finalmente presa. Ela foi capturada pela Polícia Civil nesta sexta-feira (7), no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, após nove anos foragida da Justiça.

A imagem da mulher presa hoje contrasta brutalmente com a figura altiva que nos anos 90 representava o sistema de Justiça pernambucano. Com cabelos grisalhos, semblante abatido e postura discreta, Maria Paula estava vivendo sozinha em um pequeno apartamento quando foi localizada pelos investigadores.

Condenada a 28 anos e oito meses de prisão, ela será levada ao sistema penitenciário para cumprir a pena pelos crimes de homicídio qualificado, ocultação de cadáver e associação criminosa.

O caso ganhou repercussão nacional em 1999, quando o corpo do empresário Mário Celso de Vasconcelos, então com 50 anos, foi encontrado carbonizado dentro do porta-malas do próprio carro, na zona rural de Caruaru.

As investigações apontaram que Maria Paula, então sua esposa, mandou matar o marido motivada por interesses patrimoniais, após descobrir uma traição. Três cúmplices participaram do assassinato: o amante da ex-defensora, um vigilante particular e um ex-presidiário. O plano envolveu envenenamento, espancamento e a queima do corpo, tudo minuciosamente arquitetado.

Mesmo com provas robustas e testemunhos, Maria Paula negou envolvimento por anos. Foi condenada à revelia, mas fugiu antes do início do cumprimento da pena em 2015, quando a decisão transitou em julgado.

O setor de inteligência da Polícia Civil intensificou as buscas nos últimos meses após receber denúncias anônimas. A localização só foi possível após o cruzamento de dados com registros antigos da Justiça e movimentações bancárias.

“Ela estava irreconhecível. A última imagem que tínhamos dela era de 2014. Mudou o visual, se manteve reclusa e evitava contato com vizinhos”, revelou um dos agentes responsáveis pela prisão.

A prisão de Maria Paula reacende o debate sobre impunidade e privilégio nas estruturas de poder. Uma ex-defensora pública, treinada para proteger a lei, agora enfrentará o rigor dela. 

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