O pedido de impeachment se
baseava em alegada violação à Lei de Acesso à Informação, ausência de prestação
de contas da transição de governo e dos gastos do Carnaval 2025, além do descumprimento
do pagamento de emendas impositivas. Apesar do conteúdo do pedido, a base governista
reagiu de forma unificada e articulada, impedindo que a matéria avançasse.
Antes da votação, os
vereadores participaram de uma reunião com uma representante do Executivo
Municipal, enviada para sinalizar disposição ao diálogo, o que foi visto por
muitos como um gesto estratégico.
Para o vereador Jesuíno
Araújo (PSD), a prefeitura tem respondido gradualmente aos pedidos. “Já
são mais de 20 solicitações feitas por 17 vereadores. Acredito que a gestão
ainda tem margem para se ajustar e dar conta das cobranças”, afirmou.
O experiente Biai (Avante),
com nove mandatos, também votou contra e classificou o pedido como frágil e
precipitado. “Processo de impeachment precisa de base jurídica sólida e
força política, e isso faltou. Não me arrependo do meu voto.”
Na contramão, a vereadora Eugênia
Lima (PT), líder da oposição, foi uma das duas parlamentares a favor da
admissibilidade. “Era uma chance para a prefeita se explicar. Nosso papel
é fiscalizar. Se isso não acontece, a Câmara perde sua função.”
O presidente da Casa, Saulo
Holanda (MDB), destacou que o início da sessão foi adiado para garantir a
presença de todos e reforçou que a reunião com a equipe da prefeitura não teve
influência na votação, servindo apenas para manter canais de diálogo abertos.
Em entrevista, a gestora
avaliou que foi mais um episódio de violência política de gênero, como os que
vêm sofrendo desde a campanha eleitoral.
“É isso desde a
campanha. É muito triste que a política ainda tenha episódios como esse. Eu
acredito muito na força e no poder da democracia e eu fui eleita pelo povo.
Estou aqui porque as pessoas acreditaram em mim e depositaram o voto de
confiança em mim. E aqui nós estamos trabalhando seriamente, honestamente,
todos os dias para entregar mais e melhor para a população de Olinda”, afirmou.
Com o arquivamento do pedido, a prefeita Mirella Almeida ganha fôlego político para seguir à frente da gestão, mas continua sob vigilância da oposição e da opinião pública, diante das cobranças por maior transparência e cumprimento das obrigações administrativas.
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