quarta-feira, 4 de junho de 2025

Adolescente de 17 anos é apreendido em Camaragibe, suspeito de liderar rede nacional de crimes cibernéticos

Investigações da Polícia Civil de Pernambuco, com apoio do Cyberlab do Ministério da Justiça, revelam grupo que manipulava menores para obter conteúdo íntimo, chantagear e incitar automutilação ao vivo, além de ataques físicos e ameaças a autoridades.

Uma complexa teia de crimes virtuais com tentáculos espalhados pelo Brasil começou a ser desfeita na manhã desta quarta-feira (4), em Camaragibe, Região Metropolitana do Recife. Um adolescente de apenas 17 anos foi apreendido, suspeito de ser a mente por trás de um grupo especializado em delitos graves nas redes sociais, incluindo pornografia infantil, estupro virtual, cyberbullying e o alarmante estímulo à automutilação de crianças e adolescentes – frequentemente transmitido ao vivo.

A ação, batizada de Operação Game End, é resultado de um trabalho minucioso da Polícia Civil de Pernambuco, que partiu de dados cruciais fornecidos pelo núcleo do Cyberlab, do Ministério da Justiça e Segurança Pública. As investigações apontam que o grupo, sob a suposta liderança do adolescente apreendido, estabelecia contato com menores de ambos os sexos, empregando táticas de manipulação psicológica para que enviassem conteúdo de natureza íntima. Esse material era, então, transformado em instrumento de chantagem, forçando as vítimas a atos de automutilação, cujas cenas eram exibidas em tempo real para outros membros do grupo. Inúmeras vítimas já foram identificadas em diversos estados do país.

O delegado Joel Venâncio, que esteve à frente das investigações, descreveu a crueldade dos envolvidos: "Eles glorificam a violência e desumanizam as vítimas. Eles são sádicos, sentiam prazer ao praticar esses atos violentos. O grupo atuava com perversidade extrema, instrumentalizando a internet para violar direitos fundamentais e destruir vidas". A declaração do delegado expõe a frieza e o modus operandi de uma rede que utilizava o ambiente digital como palco para seus crimes.

A perversidade do grupo não se limitava ao ciberespaço. Um dos casos mais chocantes atribuídos aos investigados é o ataque com coquetel molotov a uma pessoa em situação de rua, ocorrido em 19 de fevereiro de 2025, na cidade do Rio de Janeiro. Este ato de violência bárbara foi transmitido ao vivo em um servidor online administrado pelo adolescente agora apreendido, evidenciando a sensação de impunidade e a busca por notoriedade doentia.

Além da violência explícita, o adolescente também confessou, segundo a Polícia Civil, ser o autor de ameaças graves contra uma delegada de São Paulo. As intimidações foram enviadas por e-mail no último dia 28 de maio e continham um nível alarmante de detalhamento sobre a rotina da policial, incluindo nomes e endereços de seus familiares. A polícia acredita que as ameaças foram uma tentativa de retaliação e intimidação devido a prisões de outros membros do grupo realizadas no estado paulista.

Após a apreensão, o adolescente foi encaminhado ao Centro de Internação Provisória (CENIP), onde permanecerá à disposição da Justiça para os devidos procedimentos legais. A Polícia Civil de Pernambuco ressalta que as investigações da Operação Game End prosseguem, com o objetivo de identificar e responsabilizar integralmente todos os integrantes desta rede criminosa que se aproveitava da vulnerabilidade de jovens e da aparente anonimidade da internet para cometer atrocidades. A colaboração entre diferentes esferas da segurança pública, como o Cyberlab, tem se mostrado fundamental para o combate a essa modalidade de crime cada vez mais sofisticada e danosa. Com informações do JC 

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