Investigações da Polícia
Civil de Pernambuco, com apoio do Cyberlab do Ministério da Justiça, revelam
grupo que manipulava menores para obter conteúdo íntimo, chantagear e incitar
automutilação ao vivo, além de ataques físicos e ameaças a autoridades.
Uma complexa teia de crimes
virtuais com tentáculos espalhados pelo Brasil começou a ser desfeita na manhã
desta quarta-feira (4), em Camaragibe, Região Metropolitana do Recife. Um
adolescente de apenas 17 anos foi apreendido, suspeito de ser a mente por trás
de um grupo especializado em delitos graves nas redes sociais, incluindo
pornografia infantil, estupro virtual, cyberbullying e o alarmante estímulo à
automutilação de crianças e adolescentes – frequentemente transmitido ao vivo.
A ação, batizada de Operação
Game End, é resultado de um trabalho minucioso da Polícia Civil de Pernambuco,
que partiu de dados cruciais fornecidos pelo núcleo do Cyberlab, do Ministério
da Justiça e Segurança Pública. As investigações apontam que o grupo, sob a
suposta liderança do adolescente apreendido, estabelecia contato com menores de
ambos os sexos, empregando táticas de manipulação psicológica para que
enviassem conteúdo de natureza íntima. Esse material era, então, transformado
em instrumento de chantagem, forçando as vítimas a atos de automutilação, cujas
cenas eram exibidas em tempo real para outros membros do grupo. Inúmeras
vítimas já foram identificadas em diversos estados do país.
O delegado Joel Venâncio,
que esteve à frente das investigações, descreveu a crueldade dos envolvidos:
"Eles glorificam a violência e desumanizam as vítimas. Eles são sádicos,
sentiam prazer ao praticar esses atos violentos. O grupo atuava com perversidade
extrema, instrumentalizando a internet para violar direitos fundamentais e
destruir vidas". A declaração do delegado expõe a frieza e o modus
operandi de uma rede que utilizava o ambiente digital como palco para seus
crimes.
A perversidade do grupo não
se limitava ao ciberespaço. Um dos casos mais chocantes atribuídos aos
investigados é o ataque com coquetel molotov a uma pessoa em situação de rua,
ocorrido em 19 de fevereiro de 2025, na cidade do Rio de Janeiro. Este ato de
violência bárbara foi transmitido ao vivo em um servidor online administrado
pelo adolescente agora apreendido, evidenciando a sensação de impunidade e a
busca por notoriedade doentia.
Além da violência explícita,
o adolescente também confessou, segundo a Polícia Civil, ser o autor de ameaças
graves contra uma delegada de São Paulo. As intimidações foram enviadas por
e-mail no último dia 28 de maio e continham um nível alarmante de detalhamento
sobre a rotina da policial, incluindo nomes e endereços de seus familiares. A
polícia acredita que as ameaças foram uma tentativa de retaliação e intimidação
devido a prisões de outros membros do grupo realizadas no estado paulista.
Após a apreensão, o adolescente foi encaminhado ao Centro de Internação Provisória (CENIP), onde permanecerá à disposição da Justiça para os devidos procedimentos legais. A Polícia Civil de Pernambuco ressalta que as investigações da Operação Game End prosseguem, com o objetivo de identificar e responsabilizar integralmente todos os integrantes desta rede criminosa que se aproveitava da vulnerabilidade de jovens e da aparente anonimidade da internet para cometer atrocidades. A colaboração entre diferentes esferas da segurança pública, como o Cyberlab, tem se mostrado fundamental para o combate a essa modalidade de crime cada vez mais sofisticada e danosa. Com informações do JC
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