Após saída de Eduardo Leite
e Raquel Lyra, Eduardo Riedel (MS) avalia convites de outros partidos e deve
decidir futuro político após viagem aos EUA
O PSDB enfrenta um dos
momentos mais delicados de sua história recente. Após as recentes filiações de
Raquel Lyra (PE) e Eduardo Leite (RS) ao PSD, o partido corre o risco de perder
seu último governador em exercício, Eduardo Riedel, de Mato Grosso do Sul.
Discreto nas movimentações, o tucano tem sido alvo de sondagens diretas do PSD
e do PL, e seu futuro partidário permanece indefinido.
Nos bastidores, Riedel já
foi convidado pelo presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, a integrar a
legenda. O movimento seguiria o mesmo caminho de Eduardo Leite, que, ao deixar
o PSDB, levou consigo um grupo político influente no Rio Grande do Sul —
incluindo cerca de 30 prefeitos que devem acompanhá-lo no novo partido.
Além do PSD, o governador
sul-mato-grossense também recebeu convites do PL, partido do ex-presidente Jair
Bolsonaro. Uma reunião com dirigentes da sigla está marcada para o próximo dia
21, com a provável presença do presidente nacional do partido, Valdemar Costa
Neto. Apesar da aproximação, aliados de Riedel veem com cautela a vinculação
direta ao bolsonarismo, o que poderia limitar a capacidade de diálogo com
outros setores políticos.
Com uma base de apoio que
inclui siglas como PT, PL e MDB, Riedel tem cultivado uma imagem de moderação e
pragmatismo, buscando manter pontes com diferentes forças. A entrada em um
partido mais polarizado poderia contrariar essa estratégia, especialmente de
olho em um projeto político mais amplo nos próximos anos.
A possível saída de Riedel
representaria um duro golpe para o PSDB, que já vem sofrendo um processo de
esvaziamento. A expectativa de uma fusão com o Podemos era vista como uma
chance de revitalização, mas o projeto não avançou. Além disso, a criação de
uma federação com Republicanos ou MDB foi descartada ou enfrenta grandes
dificuldades. O presidente do Republicanos, Marcos Pereira, já afirmou que não
pretende seguir nesse caminho, e o diálogo com o MDB tem esbarrado em
interesses divergentes.
Por enquanto, não há
previsão de anúncio oficial. Riedel embarca nos próximos dias para os Estados
Unidos, onde terá reuniões com investidores e compromissos institucionais. A
expectativa de seus aliados é que qualquer decisão sobre seu futuro partidário
ocorra somente após seu retorno ao Brasil.
Enquanto isso, a permanência
no PSDB parece cada vez mais insustentável, e o partido corre o risco de perder
sua última grande vitrine estadual, restando apenas lideranças regionais e um
protagonismo político cada vez mais reduzido no cenário nacional.
👉 Acompanhe mais notícias e curta nossas redes sociais:
Nenhum comentário:
Postar um comentário