Segundo Baptista Júnior, o
então presidente Jair Bolsonaro participou pessoalmente de reuniões nas quais
se discutiu a possibilidade de um golpe de Estado. Nessas ocasiões, o
ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira teria apresentado aos comandantes
militares uma minuta golpista. O almirante Almir Garnier, à época chefe da
Marinha, teria se colocado à disposição para apoiar a empreitada, inclusive com
uso de tropas.
Outro ponto revelador foi o
relato de que houve discussão sobre a prisão do ministro Alexandre de Moraes,
presidente do TSE na ocasião. Ainda segundo Baptista Júnior, o general Freire
Gomes, comandante do Exército, teria reagido com firmeza, afirmando que
prenderia Bolsonaro caso a proposta golpista fosse adiante. A ameaça, segundo
ele, foi feita com “tranquilidade e calma”, mas de forma clara.
Apesar de Freire Gomes não
confirmar essa ameaça em seu próprio depoimento, ele reconheceu as reuniões e a
existência de uma “minuta de estudo”, evitando termos mais duros.
O depoimento de Baptista
Júnior se destacou pela objetividade e pela clareza com que descreveu os
bastidores da tentativa de golpe: os atores envolvidos, os métodos discutidos,
a pressão sobre quem resistia e os fatores que impediram o avanço da trama. De
acordo com ele, o plano fracassou por falta de consenso entre os comandantes
das Forças Armadas.
O conteúdo do depoimento é mais um elemento que reforça o inquérito do STF sobre a tentativa de subversão da ordem democrática após a derrota de Jair Bolsonaro nas urnas.
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