Investigação e Denúncia - A
apuração teve início em novembro de 2020, quando Eudes Sampaio, então prefeito
de São José de Ribamar, denunciou o suposto esquema às autoridades. De acordo
com a PF, os parlamentares do PL e seus aliados exigiam a devolução de 25% dos
valores de emendas destinadas a ações na área da saúde. A operação envolvia
prefeitos e gestores municipais, que eram pressionados a repassar parte dos
recursos obtidos.
A investigação identificou
que o esquema funcionava da seguinte forma: agiotas emprestavam dinheiro para
parlamentares, que posteriormente indicavam emendas para determinadas
prefeituras. Em seguida, esses mesmos agiotas cobravam a devolução de um
percentual dos valores liberados, funcionando como uma rede estruturada de
corrupção.
Caminho do Dinheiro - Três
emendas específicas estão sob apuração, totalizando R$ 6,7 milhões. Deste
montante, R$ 1,6 milhão teria sido exigido do prefeito de São José de Ribamar
como contrapartida pelo grupo criminoso. Segundo a denúncia, os pagamentos
deveriam ser feitos por gestores municipais como parte do esquema ilícito.
O ex-prefeito Eudes Sampaio
relatou que, em fevereiro de 2020, foi procurado por um político da região e
pelo agiota Josival Cavalcanti da Silva, conhecido como "Pacovan", que
exigiram o pagamento da propina. Ao se recusar a efetuar o repasse, Eudes
Sampaio afirmou ter sofrido ameaças contra sua integridade física e de seus
familiares, o que o levou a denunciar o caso às autoridades competentes.
Diante das graves acusações,
a Procuradoria-Geral da República solicitou ao STF a abertura de um inquérito
em junho de 2021. A Corte atendeu ao pedido, destacando haver "elementos
indicadores da existência de uma verdadeira organização criminosa voltada para
a compra de emendas parlamentares destinadas às ações de saúde nos municípios
maranhenses".
Desde então, a Polícia
Federal realizou operações de busca e apreensão, além de colher depoimentos de
investigados e testemunhas. O material coletado reforça o indício de que os
deputados Josimar Maranhãozinho, Pastor Gil e Bosco Costa desempenharam
"papel central" no esquema. O caso segue sob análise do STF, e novas
diligências devem ser realizadas para aprofundar as investigações.
A reportagem procurou os deputados citados para comentar as acusações, mas até o fechamento desta edição, não obteve resposta. A Polícia Federal e o Ministério Público seguem acompanhando o desenrolar do caso, que pode levar a novas medidas contra os envolvidos. Do G1
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