sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025

PF investiga esquema de venda de emendas parlamentares envolvendo deputados do PL

                Um relatório da Polícia Federal (PF) obtido nesta sexta-feira (7) revela detalhes sobre um suposto esquema de comercialização de emendas parlamentares envolvendo os deputados do PL Josimar Maranhãozinho (MA), Pastor Gil (MA) e Bosco Costa (SE). As informações são do blog da Camila Bonfim. O caso, que teria ocorrido no município de São José de Ribamar (MA), está sendo investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e levanta suspeitas sobre a atuação de lobistas e até de um agiota no desvio de recursos federais destinados à saúde.

Investigação e Denúncia - A apuração teve início em novembro de 2020, quando Eudes Sampaio, então prefeito de São José de Ribamar, denunciou o suposto esquema às autoridades. De acordo com a PF, os parlamentares do PL e seus aliados exigiam a devolução de 25% dos valores de emendas destinadas a ações na área da saúde. A operação envolvia prefeitos e gestores municipais, que eram pressionados a repassar parte dos recursos obtidos.

A investigação identificou que o esquema funcionava da seguinte forma: agiotas emprestavam dinheiro para parlamentares, que posteriormente indicavam emendas para determinadas prefeituras. Em seguida, esses mesmos agiotas cobravam a devolução de um percentual dos valores liberados, funcionando como uma rede estruturada de corrupção.

Caminho do Dinheiro - Três emendas específicas estão sob apuração, totalizando R$ 6,7 milhões. Deste montante, R$ 1,6 milhão teria sido exigido do prefeito de São José de Ribamar como contrapartida pelo grupo criminoso. Segundo a denúncia, os pagamentos deveriam ser feitos por gestores municipais como parte do esquema ilícito.

O ex-prefeito Eudes Sampaio relatou que, em fevereiro de 2020, foi procurado por um político da região e pelo agiota Josival Cavalcanti da Silva, conhecido como "Pacovan", que exigiram o pagamento da propina. Ao se recusar a efetuar o repasse, Eudes Sampaio afirmou ter sofrido ameaças contra sua integridade física e de seus familiares, o que o levou a denunciar o caso às autoridades competentes.

Diante das graves acusações, a Procuradoria-Geral da República solicitou ao STF a abertura de um inquérito em junho de 2021. A Corte atendeu ao pedido, destacando haver "elementos indicadores da existência de uma verdadeira organização criminosa voltada para a compra de emendas parlamentares destinadas às ações de saúde nos municípios maranhenses".

Desde então, a Polícia Federal realizou operações de busca e apreensão, além de colher depoimentos de investigados e testemunhas. O material coletado reforça o indício de que os deputados Josimar Maranhãozinho, Pastor Gil e Bosco Costa desempenharam "papel central" no esquema. O caso segue sob análise do STF, e novas diligências devem ser realizadas para aprofundar as investigações.

A reportagem procurou os deputados citados para comentar as acusações, mas até o fechamento desta edição, não obteve resposta. A Polícia Federal e o Ministério Público seguem acompanhando o desenrolar do caso, que pode levar a novas medidas contra os envolvidos. Do G1

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