O procurador-geral da
República, Paulo Gonet, havia defendido em parecer que a solicitação de Dirceu
para anular duas sentenças de autoria de Moro - uma de 23 anos e outra de 11
anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro - fosse rejeitada. Se a
Procuradoria apresentar recurso contra a medida de Gilmar, o tema será levado
para a Segunda Turma do STF, colegiado que declarou a suspeição de Moro.
No despacho, dado nesta
segunda-feira, 28, o ministro do STF mencionou "sete indícios de quebra da
imparcialidade" de Moro enquanto titular da 13.ª Vara Federal de Curitiba
e falou em "conluio" envolvendo o então juiz e procuradores da
extinta força-tarefa da operação. "O consórcio seguia cartilha mais ampla:
a ideia era garantir que o juiz estivesse na dianteira de uma narrativa que
culminaria na efetivação de um projeto de poder, cujo itinerário passava por
deslegitimar o PT e suas principais lideranças, como José Dirceu", diz
trecho da decisão
Na avaliação de Gilmar, a
condenação de Dirceu foi usada como "alicerce" da denúncia oferecida
contra Lula no caso do tríplex, o que justifica o pedido de extensão feito pelo
ex-ministro. "A mesma falta de isenção que havia em relação ao primeiro réu
(Lula) também impediu que José Dirceu tivesse direito a um julgamento justo e
imparcial."
A manifestação de Gonet diverge do entendimento de Gilmar. O procurador-geral afirmou que Dirceu teria de usar outro meio processual para alegar a suposta parcialidade de Moro, uma vez que o caso do ex-ministro é diferente do de Lula. "Não se repete decisão para casos que não sejam iguais", anotou.
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