Há ainda os que se
apresentam como esquerdistas, como Cuba, Nicarágua e Venezuela, mas
professam o autoritarismo, sem alternância de poder, exercidos por Miguel Díaz
Canel, Daniel Ortega e Nicolás Maduro.
E os três do continente
sul-americano com governos de centro-direita e direita, representados por
Guillermo Lasso, do Equador, Mario Abdo Benitéz, do Paraguai, e Luis
Lacalle Pou, do Uruguai, com quem Jair Bolsonaro ensaiou uma aproximação.
O presidente eleito
brasileiro desembarca pela terceira vez neste palco, com as promessas de
integração e de trazer o Brasil de volta à cena internacional, após quatro anos
de isolamento fomentado pelo atual governo do Brasil.
Se anteriormente deu apoio
aos regimes autoritários da região, Lula terá de repensar como se relacionar
com eles. Ortega prendeu opositores para se reeleger, persegue padres e fecha
igrejas. Maduro sobrevive graças à aliança com os militares. O regime cubano
incrementou no último ano a perseguição às demandas da população, que enfrenta
a penúria econômica e frequentes apagões de energia.
Os tempos são outros e as
insatisfações mais prementes numa região duramente castigada por pandemia e
desaceleração econômica. Assim como Lula, que venceu com 50,8% dos votos
válidos, os demais governantes lideram países rachados internamente, sem margem
para mudanças bruscas.
Eleito no ano passado pelos
chilenos, com 55,8% dos votos, Gabriel Boric derrotou a
extrema-direita inspirada no pinochetismo, mas não conseguiu emplacar a
proposta da nova Constituição, rejeitada em referendo com 78,2% dos votos.
O colombiano Gustavo Petro
teve 51,6% dos votos, acenou para os vizinhos da Venezuela e desfrutou de uma
curta lua de mel com a população. O prestígio de 56% caiu dez pontos, segundo
pesquisa da Invarmer Poll, realizada entre 8 e 18 de outubro nas cinco
principais cidades colombianas. Para 64% dos entrevistados, o país vem piorando
com o presidente e apontam as contradições entre os ministros sobre a mudança
na matriz energética e a incerteza sobre a reforma tributária em debate no
Congresso.
Os novos governantes de
esquerda se mostram mais heterogêneos em relação aos que Lula conviveu em seus
dois mandatos anteriores, assim como as insatisfações, reveladas em protestos.
O presidente eleito do Brasil, contudo, tem a seu favor a vantagem de promover
o diálogo e a conciliação. Não por acaso, a grande maioria dos líderes
regionais, independentemente do viés ideológico, celebrou a sua vitória.
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