quarta-feira, 21 de setembro de 2022

Delegado convoca para interrogatório cúpula da PF no caso Milton Ribeiro

                     O delegado da Polícia Federal Bruno Calandrini, responsável pela investigação sobre os desvios no Ministério da Educação (MEC), convocou dois delegados da cúpula da PF para serem interrogados sobre a operação que teve como alvo o ex-ministro Milton Ribeiro.

Calandrini quer interrogar Rodrigo Piovesano Bartolamei, chefe da Superintendência de São Paulo, a maior do país, e Caio Rodrigo Pellim, diretor da área de combate ao crime organizado e número 3 da PF, sobre a suspeita de interferência na investigação que levou à prisão de Ribeiro.

Na prática, a convocação para interrogatório significa indiciamento, segundo o blog apurou com fontes do Judiciário e da PF. A investigação envolvendo Milton Ribeiro abriu uma guerra interna na PF.

Os ofícios comunicando as convocações foram encaminhados na segunda-feira (19) ao diretor-geral da PF, Marcio Nunes de Oliveira. Os interrogatórios estão marcados para o dia 28 deste mês. Procurada, a Polícia Federal respondeu que não se manifesta a respeito de investigações em andamento.

A defesa dos delegados será feita pela Advocacia Geral da União (AGU). A avaliação deles é que há irregularidade na investigação pois qualquer investigação sobre desvios de conduta de delegados deveria ser feita na primeira instância.

O caso está no Supremo Tribunal Federal (STF), sob relatoria da ministra Cármen Lúcia, após a primeira instância – que autorizou a prisão – entender que poderia ter ocorrido a participação de Bolsonaro em vazamento de informações.

A PF é subordinada ao Ministério da Justiça, dirigido por Anderson Torres, próximo à família Bolsonaro.

Uma ligação interceptada pela polícia, na qual Ribeiro afirmou à filha que o presidente lhe dissera ter tido o “pressentimento” de que ele poderia ser alvo de alguma ação, é um dos elementos que levantaram a suspeita de interferência, além do fato de Ribeiro ter ficado preso em São Paulo e não ter ido para Brasília, conforme decisão judicial.

Em mensagem num grupo de policiais, logo após a prisão de Ribeiro, Calandrini reclamou que não tinha autonomia nem independência funcional para tocar a investigação. De acordo com o site Metrópoles, ele chegou a pedir ao STF a prisão da cúpula da PF por participação no favorecimento.

A prisão de Ribeiro foi solicitada por Calandrini, mas executada em Santos pela equipe de outro delegado - Raphael Soares Astini, também alvo de suspeita de interferência na operação.

Após a operação, Calandrini virou alvo da corregedoria do órgão. Astini entrou com um habeas corpus no STF alegando ser alvo de abuso de autoridade e de investigação paralela por parte do colega.

No HC, Astini pediu não só a suspensão do inquérito conduzido por Calandrini como o “trancamento/arquivamento das investigações" contra ele e os demais policiais.

Ele cita ainda as oitivas de dois delegados, Vinícius Araújo Lima e Daniel Daher, alegando que elas não se encontram juntadas aos autos.

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