Presidente
da CPI da Covid, Aziz afirmou nesta quarta que fazia "muitos anos"
que o Brasil não via "membros do lado podre das Forças Armadas envolvidos
com falcatrua dentro do governo".
A
declaração foi dada durante o depoimento de Roberto Dias, ex-diretor de
Logística do Ministério da Saúde, que acabou preso ao final da
sessão.
"Você
foi sargento da Aeronáutica? Conhece o coronel Guerra? Olha, eu vou dizer uma
coisa, as Forças Armadas... os bons das Forças Armadas devem estar muito
envergonhados com algumas pessoas que hoje estão na mídia, porque fazia muito
tempo, fazia muitos anos que o Brasil não via membros do lado podre das Forças
Armadas envolvidos com falcatrua dentro do governo, fazia muitos anos",
declarou Aziz na CPI.
O
Ministério da Defesa, então, divulgou uma nota na qual criticou a declaração de
Aziz.
"Essa
narrativa, afastada dos fatos, atinge as Forças Armadas de forma vil e leviana,
tratando-se de uma acusação grave, infundada e, sobretudo, irresponsável. A
Marinha do Brasil, o Exército Brasileiro e a Força Aérea Brasileira são
instituições pertencentes ao povo brasileiro e que gozam de elevada
credibilidade junto à nossa sociedade conquistada ao longo dos séculos",
afirma a nota.
Após
a divulgação da nota, Omar Aziz disse no plenário do Senado que a fala foi
"pontual" e que as Forças Armadas não devem intimidá-lo.
"Minha
fala hoje foi pontual, não foi generalizada. E vou reafirmar o que eu disse lá
na CPI. Pode fazer 50 notas contra mim, só não me intimida. Porque, quando
estão me intimidando, vossa excelência não falou isso, estão intimidando esta
Casa. Vossa excelência não se referiu à intimidação que foi feita", disse
Aziz ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).
A
nota do ministério
A
nota do Ministério da Defesa foi publicada primeiro pelo presidente Jair
Bolsonaro em uma rede social e, depois, divulgada pelo ministério.
Assinam
o documento: Walter Braga Netto (ministro da Defesa); almirante Almir
Garnier Santos (comandante da Marinha); general Paulo Sérgio Nogueira
de Oliveira (comandante do Exército); e brigadeiro Carlos de Almeida
Baptista Junior (comandante da Força Aérea).
O
texto diz que as Forças Armadas "não aceitarão qualquer ataque leviano às
Instituições que defendem a democracia e a liberdade do povo brasileiro".
"As
Forças Armadas do Brasil, ciosas de se constituírem fator essencial da
estabilidade do país, pautam-se pela fiel observância da Lei e, acima de tudo,
pelo equilíbrio, ponderação e comprometidas, desde o início da pandemia
Covid-19, em preservar e salvar vidas", completa a nota.
Reação
no Senado
Durante
a sessão do Senado, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou que
"não é de bom tom esse caminho que alguns querem levar" e que não
queria "acreditar em nenhuma vã tentativa de tentar politizar as Forças
Armadas".
"Não quero acreditar que esteja em curso qualquer ameaça a um membro deste poder, presidente de uma CPI. Reitero minha confiança nas Forças Armadas, minha, como líder da oposição, de que as Forças Armadas são leais à democracia, à Constituição e assim devem se comportar. Se for diferente, é um caminho muito ruim para a democracia", disse Randolfe.
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