Em seu artigo a Editora-Chefe da Folha
de Pernambuco, Patrícia Raposo, destaca o que já começa a ser percebido pela
sociedade de que existem duas justiças: uma para Lula e outras para os figurões
do PSDB. Leia
A Justiça é cega?
Por Patrícia Raposo - Editora-Chefe da Folha de Pernambuco
O
movimento para minimizar crimes de certos figurões políticos parece ganhar
fôlego após a prisão de Lula, corroborando o que seus defensores vêm
alardeando: que a prisão do ex-presidente é política. Como refutar esta
afirmação diante da decisão do Supremo Tribunal de Justiça de tirar o
ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, da Lava jato, remetendo seu
processo para a Justiça Eleitoral daquele estado?
Quando a ministra Nancy Andrighi decidiu acolher o pedido do vice procurador geral da República, Luciano Mariz Maia, na quarta-feira (11), para tirar a investigação das mãos da força-tarefa da Lava Jato de São Paulo, sabia que o inquérito ficaria sob a gestão de Luiz Henrique Dal Poz. Afinal, ele comanda a instituição. E quem é Dal Poz?
Dal Poz, promotor da 1ª zona eleitoral de São Paulo, é titular da Promotoria de Repressão à Sonegação Fiscal. Mas, o fato relevante aqui é que ele já foi chefe de gabinete do atual secretário de Justiça do governo Alckmin, Márcio Elias Rosa, quando este esteve à frente do Ministério Público Estadual (MPE), entre 2012 e 2016. Percebem a manobra?
A investigação contra Alckmin foi aberta no STJ em novembro de 2017, a pedido da Procuradoria Geral da República com base em delações de três executivos da Odebrecht: Benedicto Júnior, Carlos Armando Paschoal e Arnaldo Cumplido de Souza e Silva. O ex-governador teria recebido R$ 10 milhões entre 2010 e 2014 através do chamado caixa dois.
Alckmin renunciou ao mandato há poucos dias para disputar as próximas eleições, perdendo assim o foro privilegiado. Tão logo perdeu o foro, procuradores da força tarefa da Lava Jato pediram a PGR acesso à investigação que tramitava no STJ. Mas o vice procurador geral da República foi bem mais rápido e mandou o processo para as mãos de alguém de sua confiança. Para ele, Alckmin cometeu apenas um crime eleitoral.
Quando a ministra Nancy Andrighi decidiu acolher o pedido do vice procurador geral da República, Luciano Mariz Maia, na quarta-feira (11), para tirar a investigação das mãos da força-tarefa da Lava Jato de São Paulo, sabia que o inquérito ficaria sob a gestão de Luiz Henrique Dal Poz. Afinal, ele comanda a instituição. E quem é Dal Poz?
Dal Poz, promotor da 1ª zona eleitoral de São Paulo, é titular da Promotoria de Repressão à Sonegação Fiscal. Mas, o fato relevante aqui é que ele já foi chefe de gabinete do atual secretário de Justiça do governo Alckmin, Márcio Elias Rosa, quando este esteve à frente do Ministério Público Estadual (MPE), entre 2012 e 2016. Percebem a manobra?
A investigação contra Alckmin foi aberta no STJ em novembro de 2017, a pedido da Procuradoria Geral da República com base em delações de três executivos da Odebrecht: Benedicto Júnior, Carlos Armando Paschoal e Arnaldo Cumplido de Souza e Silva. O ex-governador teria recebido R$ 10 milhões entre 2010 e 2014 através do chamado caixa dois.
Alckmin renunciou ao mandato há poucos dias para disputar as próximas eleições, perdendo assim o foro privilegiado. Tão logo perdeu o foro, procuradores da força tarefa da Lava Jato pediram a PGR acesso à investigação que tramitava no STJ. Mas o vice procurador geral da República foi bem mais rápido e mandou o processo para as mãos de alguém de sua confiança. Para ele, Alckmin cometeu apenas um crime eleitoral.
Naturalmente,
a manobra teve repercussão negativa na sociedade. E por isto, Mariz Maia veio a
público dizer que, desde que abriu inquérito para investir Alckmin, só tinha
elementos para apurar caixa dois eleitoral, não corrupção passiva.
O
caixa dois se enquadra no artigo 350 do Código Eleitoral. Já a corrupção
passiva se enquadra no artigo 317 do Código Penal e se caracteriza pelo crime
praticado contra a administração pública em geral, como receber propina para si
ou outra pessoa, direta ou indiretamente, obtendo vantagem.
No
entanto, vale lembrar que Benedicto Junior disse em seu depoimento
que repasses a Alckmin miravam as obras do metrô e de saneamento em São Paulo.
E convenhamos, ninguém recebe R$ 10 milhões sem dar nada em troca.
Seja por meio de caixa dois ou qualquer outro.
Mais
dois tucanos estão na mira da Justiça. Na próxima semana, finalmente, o STJ
deve julgar o ex-governador de Minas Gerais, Eduardo Azeredo (PSDB), conhecido
como o pai do mensalão e condenado em primeira instância 18 anos de
prisão. Ele não tem foro privilegiado desde 2014 e ainda assim seu processo se
arrasta há 10 anos e está perto de prescrever.
E
na terça-feira dia 17 o STF decide se aceita ou não a denúncia contra
o senador mineiro Aécio Neves, pego em áudio indicando o primo a receber
propina, primo este que acabou flagrado pela PF com a mão da botija, ou melhor,
na mala cheia de dinheiro.
A forma como os ministros agirão nos dois casos nos dirá em que medida a limpeza contra corrupção está em efetivamente em curso neste País.
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