A presidenta
Dilma Rousseff divulgou nesta quarta-feira (16) à noite nota em que explica o
teor da conversa telefônica entre ela e o ex-presidente e agora ministro-chefe
da Casa Civil da Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, gravada
pela Operação Lava Jato e divulgada após o juiz federal Sérgio Moro retirar o
sigilo do processo. Dilma afirma que a conversa teve "teor
republicano", repudia "com veemência" a divulgação e diz que vai
adotar medidas para reparar o que classificou como "flagrante
violação" da lei e da Constituição Federal.
Segundo
a presidenta, o termo de posse de Lula como novo ministro-chefe da Casa Civil
foi encaminhado para que ele assinasse caso não pudesse comparecer à cerimônia,
marcada para esta quinta-feira (17).
"A
cerimônia de posse do novo ministro está marcada para amanhã às 10 horas, no
Palácio do Planalto", disse Dilma. "Uma vez que o novo ministro, Luiz
Inácio Lula da Silva, não sabia ainda se compareceria à cerimônia de posse
coletiva, a Presidenta da República encaminhou para sua assinatura o devido
termo de posse. Este só seria utilizado caso confirmada a ausência do
ministro", escreveu Dilma, no comunicado.
De
acordo com a presidenta, junto com Lula vão tomar posse os novos ministros da
Justiça, Eugênio Aragão e da Secretaria de Aviação Civil, Mauro Lopes. Além
disso, o cargo da chefia de gabinete pessoal terá status de ministério e será
ocupado por Jaques Wagner.
"Assim,
em que pese o teor republicano da conversa, repudia com veemência sua
divulgação que afronta direitos e garantias da Presidência da República. Todas
as medidas judiciais e administrativas cabíveis serão adotadas para a reparação
da flagrante violação da lei e da Constituição da República, cometida pelo juiz
autor do vazamento", completou Dilma na nota divulgada na noite desta
quarta-feira em Brasília.