Eduardo
Campos, ex-governador de Pernambuco, que presidia o PSB e foi o candidato do
partido à Presidência da República, em 2014, é citado na delação premiada do
senador Delcídio do Amaral (sem partido). De acordo com o termo de delação nº
08, datado de 13 de fevereiro deste ano, Delcídio descreve um complicado
esquema de propinas envolvendo a Usina de Belo Monte, desde a escolha do
consórcio vencedor da licitação para o contrato de concessão até a influência
política na escolha dos fornecedores da usina. É neste ponto que Delcídio
afirma que Eduardo Campos fez lobby pela subsidiária em Pernambuco da argentina
Impsa, cuja inauguração, em maio de 2008, contou com a presença da então
presidente da Argentina, Cristina Kirchner.
A
subsidiária da Impsa em Pernambuco foi batizada de Wind Power e inaugurada no
complexo industrial e portuário de Suape em maio de 2008. Fabricante de
equipamentos eólicos e turbinas, a empresa de fato fechou uma encomenda de R$
800 milhões para Belo Monte, mas depois enfrentou dificuldades financeiras,
teve o contrato cancelado e foi à falência.
Segundo
Delcídio, quem definiu os fornecedores “nacionais” – no mínimo com subsidiárias
no Brasil – de Belo Monte teriam sido Antônio Palocci, ex-ministro da Fazenda,
e Erenice Guerra, ex-secretária-executiva da Casa Civil.
Segundo
Delcídio, a Impsa “contava com o maior lobby a seu favor, tendo o suporte
politico do falecido Eduardo Campos”.
A
Wind Power construiu a sua segunda unidade no polo de Suape exclusivamente para
produzir turbinas para hidrelétricas. Mas em
agosto de 2014 teve sua falência decretada na Justiça, por acumular na
época dívidas com empresas e bancos que chegariam a R$ 2,5 bilhões no final de
2012.