terça-feira, 10 de novembro de 2015

Caos na saúde: Médicos acionam Ministério Público e pedem demissão de UPA

        O Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) protocolou denúncia no Ministério Público Estadual (MPPE) e no Conselho Regional de Medicina (Cremepe) sobre a situação da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Imbiribeira, na Zona Sul do Recife. Treze dos 15 pediatras que atuam no local pediram demissão coletiva ontem. O aviso prévio de 30 dias será cumprido. A decisão ocorreu pela falta de condições de trabalho após a demissão de metade do quadro da pediatria em setembro. O plantão de 12 horas, que contava com dois profissionais, ficou com apenas um.

Com a chegada de casos urgentes, onde o pediatra precise dar atenção exclusiva a algum paciente, a emergência fica sem atendimento. Desde as demissões, cerca de 80% dos pacientes com pulseira verde, com enfermidades consideradas leves, são orientados a procurar outras unidades por conta da redução do quadro.

Segundo o Simepe, de janeiro a agosto, foram mais de 20,6 mil atendimentos, com 84 crianças, em média, durante o dia. A entidade também destacou que o ideal é que um médico atenda, no máximo, 36 pacientes por plantão. O plantonista Antônio Amorim, que atua há seis anos na UPA, relata que é subumano trabalhar em tais condições. "Não há como atender tanta gente em pouco tempo. Coisa básica, como fazer uma refeição, ir ao banheiro, também é impossível", explicou.

Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) esclareceu que tem buscado readequar a escala de plantões sem comprometer o atendimento, o que tem sido feito com base num rigoroso estudo de demanda e seguindo normas técnicas e recomendações do Conselho Federal de Medicina (CFM). Na UPA da Imbiribeira, diz a SES, o número médio de atendimentos em pediatria está abaixo do máximo de 36 por plantão.

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