terça-feira, 16 de março de 2021

Um ano após escolas fecharem, nenhum estado comprou equipamentos digitais para ensino remoto

                     Nenhum estado comprou equipamentos digitais (tablets, computadores ou celulares) para alunos acompanharem as aulas remotas durante a pandemia. Amanhã completa-se um ano do fechamento das escolas no Brasil por causa da Covid-19. Nesse tempo todo, no qual a educação em casa se tornou realidade no país inteiro, metade das redes estaduais não garantiu nem pacote de dados para seus estudantes.

Até agora, o que se tem são licitações abertas para a compra de equipamentos. O Ceará pretende adquirir 120 mil tablets. Eles vão custar R$ 112 milhões. Já o Espírito Santo, Goiás e o Rio Grande do Sul programam a compra de Chromebooks — um modelo simples de notebook da Google que só funciona on-line.

A falta de atuação do poder público mantém um cenário de desigualdade no qual 55% dos filhos de pais sem instrução não têm acesso à internet, segundo pesquisa do Instituto de Mobilidade e Desenvolvimento Social (IMDS), criado recentemente pelos economistas Arminio Fraga, ex-presidente do Banco Central, e Paulo Tafner. A fatia cai para 4,9% quando os pais concluem a universidade.

— O país tem condições de comprar equipamentos, sobretudo em grande escala, para fazer com que cada aluno que não tem acesso possa ter equipamento em casa. Vai ser mais difícil se deixar a responsabilidade aos municípios. Por isso, cabe a União entrar nesse processo — diz Catarina Santos, professora da UnB e dirigente da Campanha Nacional pelo Direito à Educação.

Segundo a secretaria de educação do Espírito Santo, o estado vai destinar 60 mil Chromebooks para estudantes da rede pública estadual. “Esses equipamentos serão repassados em regime de comodato, devendo ser devolvidos após a conclusão dos estudos ou encerramento do vínculo. A previsão é de que comecem a ser entregues neste 1º semestre”, informou a pasta, sem revelar quanto a operação custará.

Goiás e o Rio Grande do Sul planejam adquirir 60 mil e 70 mil Chromebooks, respectivamente. Os dois estados já entregaram celulares a alunos, mas que não foram comprados. O primeiro destinou aparelhos que foram apreendidos pela Receita Federal. Já os gaúchos repassaram os equipamentos que foram confiscados em presídios do estado. Do Extra

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