Conselho
de Sérgio Moro dado a procuradores foi acatado pela força-tarefa da Lava Jato,
de acordo com informações obtidas pelo site Intercept e divulgadas nesta
quinta-feira, 20, por Reinaldo Azevedo na Rádio BandNews FM.
Depois
de receber reclamação do ex-juiz em relação ao desempenho da procuradora Laura
Tessler em audiências, o coordenador da força-tarefa de Curitiba, Deltan
Dallagnol, procurou o colega Carlos Fernando dos Santos Lima para falar do
assunto. Os dois decidiram que ela só deveria realizar audiências se estivesse
acompanhada dos procuradores Júlio Noronha e Roberson Pozzobon.
Na
suposta conversa, realizada por meio do aplicativo Telegram, Deltan e Carlos
Fernando decidiram que Tessler não deveria estar sozinha na audiência do
ex-presidente Lula, hoje preso. De acordo com as mensagens, Deltan só explicou
qual era a reclamação de Moro depois de se certificar de que Carlos Fernando
não estava visualizando as mensagens em um computador, que poderia ser visto
pelos colegas.
De
acordo com reportagem do Intercept da semana passada, Moro se queixou a Deltan
do desempenho de Tessler e recomendou que ela fosse submetida a um treinamento
para fazer audiências.Indagado sobre a sugestão pelo senador Nelsinho Trad
(PSD-MS) Moro afirmou, durante audiência no Senado, na quarta: "Não tem
nada de anormal nessas comunicações". De acordo com o ministro, essa
demanda não interferiu nos trabalhos do MP. "Tanto que essa pessoa
continua e continuou realizando atos processuais e audiências", disse.
Procurado pelo jornal o Estado de S. Paulo, a força-tarefa da Lava Jato
de Curitiba informou que não irá se manifestar. O Ministério da Justiça afirmou
em nota que a mensagem atribuída a Moro "pode ter sido editada ou
adulterada" pelo grupo criminoso que hackeou o seu celular. O texto diz
ainda que a troca de mensagens, "mesmo se autêntica nada tem de ilícita ou
antiética". Disse ainda que não há "nenhuma contradição com a fala do
ministro ao Senado".
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