O
texto passou com 291 votos favoráveis e 148 votos contrários, revelando uma
divisão profunda no Legislativo e acendendo alertas sobre os efeitos
institucionais da decisão. Especialistas ouvidos por diversos veículos apontam
que a Câmara, ao aprovar retroativamente a redução das penas impostas pelo
Supremo Tribunal Federal (STF), entrega o que muitos classificam como “um
recibo em branco” para futuras tentativas de ruptura institucional, além de enfraquecer
a responsabilização criminal de envolvidos no episódio mais grave contra a
democracia brasileira desde 1964.
Segundo
o relator, deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), a lei também poderá
beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado em setembro a 27 anos e 3
meses de prisão, atualmente cumpridos na Superintendência da Polícia Federal em
Brasília. Com o novo cálculo, a pena do ex-presidente poderia cair para 2 anos
e 4 meses em regime fechado, uma redução sem precedentes na história penal
recente.
Bolsonaro
e aliados defendiam abertamente a anistia plena, mas o Centrão articulou uma
alternativa considerada politicamente mais “palatável”: a redução das penas
impostas pelo STF. O relator defendeu que a medida corrige “excessos”, mas críticos
afirmam que o texto representa interferência indevida em decisões judiciais
transitadas em julgado.
A
decisão de pautar e votar o projeto ocorre poucos dias depois de o senador
Flávio Bolsonaro anunciar que será pré-candidato à Presidência da República em
2026, e posteriormente afirmar que “essa candidatura tem um preço”. A
proximidade temporal provocou ainda mais questionamentos sobre a motivação
política da proposta.
Críticas
apontam risco institucional e incentivo a novos ataques
Juristas,
entidades de proteção democrática e parlamentares contrários à medida alertam
que o projeto abre um precedente perigoso, fragilizando o caráter exemplar das
condenações que buscavam desestimular atos violentos contra o Estado
Democrático de Direito.
Para
críticos, ao reduzir penas de envolvidos em ataques tão graves, o Parlamento
envia mensagem de permissão tácita para futuras mobilizações golpistas, minando
a eficácia das punições aplicadas após os atentados de 8 de janeiro.
A proposta segue agora para análise do Senado Federal. Caso aprovada integralmente, poderá modificar decisões do STF e impactar diretamente centenas de condenados por tentativa de golpe, incluindo figuras de alta projeção política.
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