“Sinto que agora é
hora de seguir outros rumos, que nem sei se estão definidos. Não tenho qualquer
apego ao poder e gostaria de viver um pouco mais a vida que me resta, sem as
disposições, obrigações e exigências públicas do cargo — com mais literatura e
poesia”, declarou.
O ministro revelou que
pretende se dedicar à literatura, à poesia e a um livro de memórias, além de
retomar sua vida acadêmica. Barroso ressaltou que a decisão não tem relação com
a conjuntura política atual, enfatizando que comunicou sua intenção de se aposentar
ao presidente da República há cerca de dois anos.
“Nada tem a ver com
qualquer fato da conjuntura atual. Há cerca de dois anos, comuniquei o
presidente da República dessa intenção”, reforçou.
Indicado em junho de 2013
pela então presidente Dilma Rousseff, Barroso ocupou cadeira no Supremo por 12
anos e foi protagonista de decisões históricas. Entre elas, a restrição do foro
privilegiado de autoridades, a suspensão de despejos durante a pandemia da
Covid-19 e a relatoria de recursos do mensalão.
Também foi um dos principais
defensores da democracia e do Estado de Direito durante o período de ataques
institucionais. No discurso de despedida, fez questão de lembrar esse
enfrentamento:
“A história fará
justiça ao trabalho dos ministros na defesa da democracia. Não me arrependo de
nenhuma decisão que tomei. Fiz o que considerei certo, dentro da Constituição e
da minha consciência.”
Barroso presidiu o Supremo
Tribunal Federal até a semana passada, quando transferiu o comando para o
ministro Edson Fachin. Durante sua gestão, buscou aproximar a Corte da
sociedade, defender a transparência e reafirmar o papel do STF como guardião da
Constituição.
Apesar de poder permanecer
na Corte até 2033, quando completaria 75 anos — idade limite do funcionalismo
público —, o ministro optou por encerrar agora o ciclo.
Em tom sereno, mas com
emoção visível, ele concluiu:
“Saio com o coração
leve, com a sensação do dever cumprido e a esperança de que o Brasil siga
acreditando na democracia, na justiça e no poder transformador das ideias.”
A aposentadoria de Luís
Roberto Barroso marca o fim de uma era no Supremo, mas também o início de uma
nova fase pessoal para um dos ministros mais influentes da história recente do
tribunal.
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