sexta-feira, 3 de outubro de 2025

Hugo Motta afirma que Câmara seguirá Regimento em casos de Eduardo Bolsonaro e Carla Zambelli

                O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), declarou nesta sexta-feira (3) que os casos envolvendo os deputados Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Carla Zambelli (PL-SP) serão conduzidos de acordo com o Regimento Interno da Casa. A fala ocorreu em entrevista à CNN Brasil, em meio ao aumento da pressão política diante das situações enfrentadas pelos dois parlamentares.

Segundo Motta, sua função como presidente não lhe permite adotar medidas que privilegiem ou prejudiquem qualquer deputado. “Não posso agir nem para privilegiar ou prejudicar qualquer parlamentar. Temos o regulamento que deve ser seguido e respeitado, principalmente nesses casos em que há divergência”, afirmou.

O parlamentar reforçou que a análise sobre a conduta dos colegas deve ser feita exclusivamente pelas instâncias regimentais: “Nenhum parlamentar pode ser julgado, internamente pela Casa em que faz parte, sobre a vontade do presidente ou qualquer outro deputado. Eles têm que ser julgados pelo nosso símbolo e nosso norte, que é o Regimento Interno da Câmara”, disse.

O caso do deputado Eduardo Bolsonaro já tramita no Conselho de Ética da Câmara. O parlamentar está nos Estados Unidos desde fevereiro, inicialmente alegando motivos de saúde. No entanto, após o término da licença médica, passou a acumular sucessivas ausências em sessões, levantando questionamentos sobre descumprimento das regras de presença.

Paralelamente, Eduardo e o blogueiro Paulo Figueiredo Filho são investigados pela Procuradoria-Geral da República (PGR). O procurador-geral, Paulo Gonet, apontou em denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) que ambos atuaram em “sucessivas e continuadas” tentativas de interferir no julgamento da ação penal relacionada à chamada trama golpista.

Já a deputada Carla Zambelli enfrenta uma situação distinta. Presa na Itália, ela foi condenada pelo STF a dez anos de prisão por participação na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em ação realizada em conjunto com o hacker Walter Delgatti.

Na Câmara, o processo que pode resultar na cassação do mandato de Zambelli está sob análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que deve deliberar sobre a continuidade da parlamentar no cargo.

As declarações de Hugo Motta sinalizam que, em meio à turbulência política envolvendo dois dos nomes mais proeminentes da oposição, a direção da Câmara pretende adotar cautela institucional e seguir estritamente o que determinam as normas internas da Casa.

A postura busca evitar acusações de parcialidade, ao mesmo tempo em que projeta para os próximos meses debates acirrados tanto no Conselho de Ética quanto na CCJ, arenas decisivas para o futuro político de Eduardo Bolsonaro e Carla Zambelli. 

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