Segundo Motta, sua função
como presidente não lhe permite adotar medidas que privilegiem ou prejudiquem
qualquer deputado. “Não posso agir nem para privilegiar ou prejudicar qualquer
parlamentar. Temos o regulamento que deve ser seguido e respeitado,
principalmente nesses casos em que há divergência”, afirmou.
O parlamentar reforçou que a
análise sobre a conduta dos colegas deve ser feita exclusivamente pelas
instâncias regimentais: “Nenhum parlamentar pode ser julgado, internamente pela
Casa em que faz parte, sobre a vontade do presidente ou qualquer outro
deputado. Eles têm que ser julgados pelo nosso símbolo e nosso norte, que é o
Regimento Interno da Câmara”, disse.
O caso do deputado Eduardo Bolsonaro
já tramita no Conselho de Ética da Câmara. O parlamentar está nos Estados
Unidos desde fevereiro, inicialmente alegando motivos de saúde. No entanto,
após o término da licença médica, passou a acumular sucessivas ausências em
sessões, levantando questionamentos sobre descumprimento das regras de
presença.
Paralelamente, Eduardo e o
blogueiro Paulo Figueiredo Filho são investigados pela Procuradoria-Geral da
República (PGR). O procurador-geral, Paulo Gonet, apontou em denúncia ao
Supremo Tribunal Federal (STF) que ambos atuaram em “sucessivas e continuadas”
tentativas de interferir no julgamento da ação penal relacionada à chamada
trama golpista.
Já a deputada Carla Zambelli
enfrenta uma situação distinta. Presa na Itália, ela foi condenada pelo STF a
dez anos de prisão por participação na invasão do sistema do Conselho Nacional
de Justiça (CNJ), em ação realizada em conjunto com o hacker Walter Delgatti.
Na Câmara, o processo que
pode resultar na cassação do mandato de Zambelli está sob análise da Comissão
de Constituição e Justiça (CCJ), que deve deliberar sobre a continuidade da
parlamentar no cargo.
As declarações de Hugo Motta
sinalizam que, em meio à turbulência política envolvendo dois dos nomes mais
proeminentes da oposição, a direção da Câmara pretende adotar cautela
institucional e seguir estritamente o que determinam as normas internas da
Casa.
A postura busca evitar acusações de parcialidade, ao mesmo tempo em que projeta para os próximos meses debates acirrados tanto no Conselho de Ética quanto na CCJ, arenas decisivas para o futuro político de Eduardo Bolsonaro e Carla Zambelli.
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