segunda-feira, 20 de outubro de 2025

Debandada de prefeitos do PP no Paraná expõe crise provocada por pré-candidatura de Sérgio Moro

              A oficialização da pré-candidatura do senador Sérgio Moro (União Brasil) ao governo do Paraná desencadeou uma forte crise interna entre os partidos que compõem a nova federação entre o Progressistas (PP) e o União Brasil. Desde o anúncio da união e do nome de Moro para disputar o Palácio Iguaçu, 18 prefeitos do PP já deixaram a sigla — o equivalente a quase um terço dos 61 eleitos em 2024.

De acordo com informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e de dirigentes partidários, o número real de dissidentes pode ser ainda maior, chegando a metade da bancada progressista. As saídas refletem o desconforto de lideranças municipais que preferem manter alinhamento com o grupo político do governador Ratinho Júnior (PSD), em vez de embarcar no projeto político de Moro.

Dos 18 prefeitos que deixaram o PP, 11 permanecem sem partido e sete migraram para o PSD. A debandada, segundo interlocutores da legenda, foi motivada por divergências locais e pelo receio de perder espaço em convênios e parcerias com o governo estadual.

O secretário de Cidades do Paraná, Guto Silva, negou qualquer tipo de pressão sobre os gestores. “Esses prefeitos tinham uma vinculação muito forte com o governo e não queriam ser entregues de bandeja a um projeto que não é deles. Antes, PP e União Brasil estavam juntos com o governador. Não houve pressão — todos receberam recursos do Estado”, afirmou.

Guto Silva, aliás, é um dos nomes cotados para representar o PSD na sucessão de Ratinho Júnior, ao lado do presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, Alexandre Curi.

Apesar das turbulências, Moro segue liderando as pesquisas de intenção de voto. Levantamento Genial/Quaest, divulgado em 22 de agosto, mostra o ex-juiz com 38%, seguido por Paulo Eduardo Martins (Novo), com 8%, Enio Verri (PT), com 7%, e Guto Silva (PSD), com 6%.

A fragmentação entre os partidos que formam a federação pode representar o primeiro grande desafio político de Moro desde o início da pré-campanha, revelando que, apesar da força nas pesquisas, sua candidatura enfrenta resistência entre bases tradicionais do interior paranaense. 

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