A proposta, de autoria do
presidente da Comissão de Finanças, deputado Antonio Coelho (União), determina
que parte dos recursos arrecadados pelo Fundo Estadual de Equilíbrio Fiscal
(FEEF) seja repassada diretamente às prefeituras, em moldes semelhantes à distribuição
do ICMS.
Segundo Antonio Coelho, a
medida é fundamental para corrigir uma distorção histórica. O parlamentar
explicou que o governo estadual concede benefícios fiscais de ICMS por meio de
programas como o Prodepe, que têm papel estratégico na atração de investimentos
e geração de empregos. Contudo, tais incentivos reduzem a arrecadação estadual
e, em efeito cascata, diminuem os repasses aos municípios.
“Para compensar essa
perda, o governo criou o FEEF, que é alimentado por um percentual cobrado sobre
os incentivos concedidos. O problema é que esses valores nunca foram
partilhados com os municípios, como ocorreria se fossem arrecadados via ICMS”,
afirmou.
O deputado também não poupou
críticas à existência do fundo. “O FEEF é um imposto ruim, que traz insegurança
jurídica e afeta diretamente as gestões municipais. Sempre me posicionei contra
sua existência, mas, se ele é inevitável na atual conjuntura, ao menos devemos
repartir os recursos com quem mais precisa: os municípios, que estão na ponta e
arcam com a queda de arrecadação. A partilha é uma oportunidade de equilibrar o
jogo”, pontuou.
A destinação de recursos do
FEEF às prefeituras não é apenas uma decisão política, mas também uma
determinação jurídica. Antonio Coelho citou a Ação Direta de
Inconstitucionalidade (ADI) nº 5635, julgada pelo Supremo Tribunal Federal
(STF), que reconhece a natureza de ICMS dos depósitos em fundos estaduais
criados para equilíbrio fiscal. Dessa forma, os municípios têm direito a uma
parcela desses valores.
“Não se trata de
favor, mas de uma garantia constitucional. O governo do estado não pode se
apropriar sozinho de recursos que não lhe pertencem na totalidade”,
reforçou o parlamentar.
Com a aprovação da emenda, 25%
da arrecadação do FEEF será destinada aos municípios pernambucanos. Para
Antonio Coelho, essa mudança representa não apenas o reforço imediato aos
cofres locais, mas também a possibilidade de novos investimentos em áreas
prioritárias.
“Nosso objetivo maior
é que o FEEF deixe de existir. Mas, enquanto essa realidade não se impõe,
garantimos uma conquista importante: redistribuir recursos que já existem e
pertencem, por direito, aos municípios. É uma forma de devolver recursos
públicos a quem está mais próximo da população e mais capaz de transformá-los
em serviços essenciais”, concluiu.
Com a decisão, prefeitos de todas as regiões do estado passam a contar com uma nova fonte de receita em 2026, aliviando as contas e ampliando a capacidade de investimento em saúde, educação, infraestrutura e outros serviços fundamentais.
👉 Acompanhe mais notícias e curta nossas redes sociais:
Nenhum comentário:
Postar um comentário