segunda-feira, 4 de agosto de 2025

Moraes decreta prisão domiciliar de Bolsonaro e denuncia manobra nas redes sociais

                  Em mais um capítulo das investigações que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta segunda-feira (4) a prisão domiciliar do ex-chefe do Executivo. A decisão foi acompanhada de uma série de restrições: proibição de visitas (exceto familiares próximos e advogados), além da apreensão de todos os celulares encontrados em sua residência, em Brasília.

A medida foi executada pela Polícia Federal, que realizou buscas na casa de Bolsonaro e recolheu ao menos um aparelho celular. A decisão de Moraes vem na esteira do descumprimento das medidas cautelares já impostas anteriormente ao ex-presidente, dentro do processo em que é réu por tentativa de golpe de Estado.

No centro da nova decisão está o uso indireto das redes sociais por Bolsonaro. Segundo Moraes, o ex-presidente teria utilizado os perfis de aliados, incluindo os três filhos parlamentares – Flávio, Eduardo e Carlos Bolsonaro – para continuar divulgando conteúdo com “claro incentivo e instigação a ataques ao Supremo Tribunal Federal” e apoio à intervenção estrangeira no Judiciário brasileiro.

Um episódio emblemático citado na decisão ocorreu no domingo (4), quando o senador Flávio Bolsonaro compartilhou em seu Instagram uma publicação que exaltava atos pró-Bolsonaro em cidades do país. A postagem, posteriormente apagada, foi interpretada por Moraes como uma tentativa deliberada de burlar as restrições legais impostas ao pai.

“O flagrante desrespeito às medidas cautelares foi tão óbvio que, repita-se, o próprio filho do réu, o senador Flávio Nantes Bolsonaro, decidiu remover a postagem realizada em seu perfil, na rede social Instagram, com a finalidade de omitir a transgressão legal”, escreveu o ministro.

Bolsonaro já estava sob medidas cautelares desde 18 de julho, que incluíam o uso de tornozeleira eletrônica, o recolhimento domiciliar noturno e nos fins de semana, e a proibição de utilizar redes sociais, seja em contas próprias ou de terceiros.

Para Moraes, o novo descumprimento das restrições mostra que medidas mais duras são necessárias para impedir “a contínua reiteração delitiva do réu”. O ministro frisou que mesmo com as limitações anteriores, o ex-presidente seguiu articulando sua comunicação política por meio de aliados e familiares.

A decisão amplia o cerco jurídico contra Bolsonaro, num momento em que o ex-presidente já enfrenta múltiplas investigações na Justiça, incluindo a atuação durante a pandemia, a tentativa de golpe e o envolvimento em esquemas de desinformação. A estratégia de manter influência política por vias indiretas, especialmente nas redes, agora se torna uma linha de responsabilização penal direta.

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