domingo, 31 de agosto de 2025

Haddad aponta Operação Carbono Oculto como marco no combate ao crime organizado

              O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a Operação Carbono Oculto, deflagrada pela Receita Federal em conjunto com a Polícia Federal, Ministério da Justiça, Ministério Público e órgãos estaduais, representa uma inovação no enfrentamento ao crime organizado no Brasil. A declaração foi dada em entrevista ao programa Canal Livre, da Band, que vai ao ar neste domingo (31).

Segundo Haddad, a complexidade do esquema desmontado chama a atenção pela sofisticação das operações financeiras utilizadas para ocultar patrimônio ilícito, alcançando cifras que podem ultrapassar centenas de bilhões de reais. “Não tenho dúvidas de que, com o aprofundamento das investigações, a operação chegaria a centenas de bilhões de reais lavados pelo crime organizado”, destacou o ministro.

De acordo com as investigações, o esquema criminoso se utilizava de mecanismos da economia formal para dar aparência de legalidade a recursos oriundos de fraudes no setor de combustíveis. Uma fintech, por exemplo, operava como um banco paralelo e movimentou sozinha R$ 46 bilhões em apenas cinco anos.

Além disso, cerca de 40 fundos de investimento foram identificados como parte do processo de blindagem patrimonial, envolvendo ativos ilícitos da ordem de R$ 30 bilhões. Só em São Paulo, segundo Haddad, já foram rastreados R$ 52 bilhões em movimentações relacionadas ao esquema.

“O que estamos vendo não é o mercado financeiro tradicional. São grupos que ganharam tanto dinheiro que chegaram a alugar andares inteiros dos prédios mais sofisticados do país para operar”, explicou o ministro.

Durante a entrevista, Haddad também comentou sobre a repercussão negativa gerada pela tentativa da Receita Federal de ampliar o monitoramento de movimentações via Pix. Um vídeo divulgado pelo deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), que atingiu dezenas de milhões de visualizações, segundo o ministro, espalhou desinformação e atrapalhou o trabalho dos auditores.

“Penso que aquela fake news tinha o propósito de criar polêmica, ganhar visibilidade, lacrar. Não acredito que tenha sido feita para favorecer diretamente organizações criminosas. Mas, na prática, acabou dificultando as investigações, obrigando parte da fiscalização a ser feita manualmente”, disse Haddad.

A Operação Carbono Oculto é considerada a maior já realizada no país contra organizações criminosas infiltradas na economia formal. Além de atingir diretamente empresas do setor de combustíveis, a ação expôs o uso de fintechs e fundos de investimento como instrumentos sofisticados para a lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio.

Com os novos dados sendo revelados, a expectativa do Ministério da Fazenda é que a operação não apenas desarticule um dos maiores esquemas já identificados, mas também estabeleça um novo modelo de cooperação entre órgãos de controle para o combate ao crime organizado. 

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