Entre os milhares de
investigados pelos ataques que destruíram as sedes dos Três Poderes, Paulo
Augusto Bufarah, de 55 anos, tornou-se um dos símbolos do desrespeito às
medidas judiciais. Foragido por semanas após romper a tornozeleira eletrônica,
Bufarah foi localizado e preso pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) em
26 de junho, quando retornava ao Brasil vindo da Argentina, onde havia se
escondido. O episódio foi revelado pela colunista Mirelle Pinheiro, do Metrópoles.
A fuga de Bufarah, um dos
autodenominados “patriotas” que participaram da depredação da Praça dos Três
Poderes, acendeu o alerta sobre a eficácia do monitoramento eletrônico imposto
pelo STF a centenas de investigados. O caso não é isolado: outros réus romperam
ou tentaram burlar os dispositivos, o que levou a Corte a rever a aplicação e
fiscalização do equipamento.
Mas os atos golpistas não
atingiram apenas civis. Integrantes da própria Polícia Militar do Distrito
Federal (PMDF) também foram alvos da Justiça. Entre eles está o ex-comandante
Klepter Rosa Gonçalves, que chegou a ser preso durante as investigações da CPI
do 8 de Janeiro. Hoje, Klepter responde em liberdade, mas com uso obrigatório
de tornozeleira eletrônica, reforçando a linha adotada pelo STF de monitorar
todos os investigados, independentemente de sua posição.
A decisão de impor o mesmo
tipo de restrição a Jair Bolsonaro ocorre no contexto da Operação Tempus
Veritatis, que apura o envolvimento do ex-presidente em uma possível tentativa
de golpe de Estado após a derrota nas eleições de 2022. A medida é considerada
simbólica e reforça a tese de isonomia nas investigações: quem planejou, quem
executou e quem se omitiu deve ser responsabilizado na mesma proporção.
Com novos desdobramentos
sendo anunciados, o episódio do 8 de Janeiro continua sendo uma ferida aberta
na democracia brasileira. Agora, com a aplicação de tornozeleiras até mesmo a
ex-ocupantes do Palácio do Planalto, o recado é claro: a Justiça quer mostrar
que ninguém está acima da lei.
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