sábado, 26 de julho de 2025

Uso de tornozeleira por Bolsonaro reacende debate sobre monitoramento dos envolvidos no 8 de Janeiro

              A recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de impor ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) o uso de tornozeleira eletrônica, como parte de um conjunto de medidas cautelares, trouxe de volta à cena pública o debate sobre os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 e o monitoramento dos seus envolvidos — tanto civis quanto integrantes das forças de segurança.

Entre os milhares de investigados pelos ataques que destruíram as sedes dos Três Poderes, Paulo Augusto Bufarah, de 55 anos, tornou-se um dos símbolos do desrespeito às medidas judiciais. Foragido por semanas após romper a tornozeleira eletrônica, Bufarah foi localizado e preso pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) em 26 de junho, quando retornava ao Brasil vindo da Argentina, onde havia se escondido. O episódio foi revelado pela colunista Mirelle Pinheiro, do Metrópoles.

A fuga de Bufarah, um dos autodenominados “patriotas” que participaram da depredação da Praça dos Três Poderes, acendeu o alerta sobre a eficácia do monitoramento eletrônico imposto pelo STF a centenas de investigados. O caso não é isolado: outros réus romperam ou tentaram burlar os dispositivos, o que levou a Corte a rever a aplicação e fiscalização do equipamento.

Mas os atos golpistas não atingiram apenas civis. Integrantes da própria Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) também foram alvos da Justiça. Entre eles está o ex-comandante Klepter Rosa Gonçalves, que chegou a ser preso durante as investigações da CPI do 8 de Janeiro. Hoje, Klepter responde em liberdade, mas com uso obrigatório de tornozeleira eletrônica, reforçando a linha adotada pelo STF de monitorar todos os investigados, independentemente de sua posição.

A decisão de impor o mesmo tipo de restrição a Jair Bolsonaro ocorre no contexto da Operação Tempus Veritatis, que apura o envolvimento do ex-presidente em uma possível tentativa de golpe de Estado após a derrota nas eleições de 2022. A medida é considerada simbólica e reforça a tese de isonomia nas investigações: quem planejou, quem executou e quem se omitiu deve ser responsabilizado na mesma proporção.

Com novos desdobramentos sendo anunciados, o episódio do 8 de Janeiro continua sendo uma ferida aberta na democracia brasileira. Agora, com a aplicação de tornozeleiras até mesmo a ex-ocupantes do Palácio do Planalto, o recado é claro: a Justiça quer mostrar que ninguém está acima da lei.


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