sexta-feira, 18 de julho de 2025

EUA revogam vistos de Alexandre de Moraes, familiares e aliados do STF após decisão contra Bolsonaro

Decisão de Marco Rubio marca novo capítulo nas tensões entre setores do Judiciário brasileiro e figuras conservadoras internacionais

Em uma ação que deve intensificar ainda mais as tensões diplomáticas e políticas entre Brasil e Estados Unidos, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, anunciou nesta sexta-feira (18) a suspensão imediata dos vistos do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, de seus familiares e de aliados próximos à Corte. A medida foi divulgada por meio das redes sociais do próprio Rubio e gerou ampla repercussão internacional.

A justificativa apresentada por Rubio é direta: segundo ele, a atuação de Moraes contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), especialmente a imposição do uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de acesso às redes sociais, configuraria uma “caça às bruxas política” com reflexos que extrapolam os limites do território brasileiro.

“A caça às bruxas política do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, contra Jair Bolsonaro criou um complexo de perseguição e censura tão abrangente que não apenas viola direitos básicos dos brasileiros, mas também se estende além das fronteiras do Brasil, atingindo os americanos", escreveu o secretário.

Rubio, uma das principais figuras do Partido Republicano no Congresso americano, afirmou que ordenou a revogação dos vistos “com efeito imediato”, ampliando a medida para familiares de Moraes e outros membros da Corte considerados aliados nas decisões que afetam o ex-presidente.

A decisão surpreendeu observadores políticos por seu caráter inédito e altamente simbólico. Até o momento, o Itamaraty não havia se manifestado oficialmente sobre a medida, mas fontes da diplomacia brasileira indicam que o governo federal deve aguardar uma posição institucional do Departamento de Estado americano antes de se pronunciar.

Nos bastidores de Brasília, a decisão de Rubio foi interpretada por analistas como mais um capítulo na disputa geopolítica de narrativas entre lideranças de direita e setores do Judiciário e Executivo brasileiros. Parlamentares alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro comemoraram o gesto como um reconhecimento internacional das críticas à atuação do STF.

Já aliados do Judiciário reagiram com cautela, mas enxergam na atitude uma interferência inaceitável de um agente estrangeiro em decisões soberanas da Justiça brasileira.

A medida vem na esteira da intensificação das investigações que envolvem Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal, sobretudo no inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado e a disseminação de desinformação. Moraes, relator de vários desses processos, tem sido alvo constante de críticas por parte de políticos conservadores no Brasil e no exterior.

Em meio ao cenário político polarizado, a suspensão de vistos de um ministro da mais alta Corte do país por parte de um secretário de Estado estrangeiro inaugura um precedente diplomático e jurídico que deve alimentar novos embates, tanto na arena internacional quanto na esfera doméstica.

A crise, que mistura geopolítica, justiça e disputas ideológicas, promete novos desdobramentos nos próximos dias. 

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