sexta-feira, 25 de julho de 2025

Despedida no palco da arte: Brasil se despede de Preta Gil com emoção, música e reverência

                    Em um dia marcado por emoção e reverência, o coração cultural do Rio de Janeiro — o imponente Theatro Municipal — foi palco de um adeus à altura de uma estrela que jamais será esquecida. Foi ali, sob lustres centenários e colunas de mármore, que familiares, amigos e fãs prestaram a última homenagem à cantora Preta Gil, que faleceu aos 50 anos após uma intensa batalha contra um câncer no intestino.

O silêncio solene do salão nobre foi entrecortado por lágrimas e abraços apertados. Entre os vitrais coloridos que tantas vezes refletiram aplausos à arte, refletiu-se desta vez a dor de uma despedida precoce, mas também o legado de uma artista que viveu com intensidade, generosidade e autenticidade.

No fim da tarde, o cortejo seguiu para a capela ecumênica do Crematório e Cemitério Vertical da Penitência, no Caju, em uma cerimônia íntima, reservada aos mais próximos. Lá, Preta Gil foi cremada, encerrando um ciclo que começou em 2003, quando trocou a publicidade pela música e lançou seu primeiro álbum, “Prêt-à-Porter”.

A partir dali, construiu uma carreira vibrante, que não se prendeu a rótulos. Preta foi do pop ao samba, do trio elétrico à televisão, das novelas à criação de eventos icônicos como o Baile da Preta. Também brilhou no GNT com o programa Vai e Vem e em parcerias inesquecíveis com o filho Fran Gil, como a música “Meu Xodó”. No palco ou fora dele, sua mensagem era uma só: liberdade, respeito, amor e verdade.

Filha de Gilberto Gil e Sandra Gadelha, Preta carregava em si o DNA da música popular brasileira. Cresceu entre acordes, afetos e lutas. Era afilhada de Gal Costa, irmã de outros seis filhos de Gil, mãe dedicada de Fran e avó apaixonada de Sol de Maria, de 9 anos. Sua família sempre foi seu porto seguro — e também inspiração para seguir firme nos momentos mais difíceis.

Ao tornar público o diagnóstico de câncer em janeiro de 2023, Preta escolheu caminhar com o Brasil ao seu lado. Em suas redes, revelou o lado humano da doença, sem esconder as dores, os medos e as pequenas vitórias. Sua coragem em viver com dignidade até o fim transformou seguidores em admiradores ainda mais fiéis.

Preta Gil não foi apenas uma artista. Foi uma mulher à frente de seu tempo. Uma voz que enfrentou preconceitos, rompeu padrões, abriu caminhos e mostrou que vulnerabilidade também é força. Que ser quem se é, com todas as cores e curvas da vida, é um ato político e revolucionário.

Ela se foi, mas a sua luz — intensa, irreverente e cheia de vida — continuará ecoando por gerações. Nos palcos, nas ruas, nos carnavais, nos lares de tantas mulheres que ela inspirou a viver sem medo.

Preta Gil vive. Em cada nota de “Sinais de Fogo”, em cada sorriso solto ao som de “Só o Amor”, em cada passo firme de quem aprendeu com ela que é possível ser grande, mesmo diante da dor.

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