Sim, o Pix, esse mesmo que
você usa para pagar a manicure ou dividir o churrasco de domingo com os amigos.
Segundo o documento oficial do Escritório do Representante de Comércio dos EUA
(USTR), o Brasil estaria adotando “práticas desleais” nos serviços de pagamento
eletrônico, como por exemplo, favorecer sistemas desenvolvidos pelo governo,
leia-se: o Pix.
Ou seja, o sistema criado
pelo Banco Central, que se tornou referência internacional e eliminou taxas
abusivas de cartões, agora incomoda o Tio Sam — talvez por ser eficiente,
gratuito e inovador demais para o gosto de Wall Street.
Mas a obsessão americana com
tudo que é brasileiro vai além das transferências instantâneas. O relatório da
investigação comercial contra o Brasil também menciona a rua 25 de Março, em
São Paulo, como uma “ameaça” à propriedade intelectual global.
Segundo os Estados Unidos, o
tradicional polo de comércio popular — conhecido por suas multidões, pechinchas
e vendedores ambulantes desde que o Brasil é Brasil — ainda é, pasmem, um dos
maiores centros de produtos falsificados do mundo. Uma espécie de eixo do mal
do comércio informal, aos olhos do USTR.
É como se a 25 de Março, com
seus sacoleiros, docinhos por quilo e caixas de som a R$ 50, fosse uma ameaça
real à economia americana. E pensar que tudo isso começou com a justificativa
de “proteger a concorrência”.
A investigação comercial
aberta pelos EUA é só mais uma peça no tabuleiro de pressões que Donald Trump
vem montando contra o Brasil — e tudo isso logo após anunciar uma taxa de 50%
sobre produtos brasileiros, medida que, segundo ele, foi tomada “porque ele
pode”.
Agora, a estratégia parece
ser a de exagerar até transformar tudo o que é popular, acessível e nacional em
“prática desleal”.
Enquanto isso, a balança
comercial entre Brasil e EUA segue favorecendo... os americanos.
Talvez falte a Trump
conhecer o que é pegar metrô com sacola da 25, ou dividir o pão de queijo com
café enquanto faz um Pix para o motoboy. Talvez falte entender que
inovação nem sempre nasce no Vale do Silício — às vezes, ela vem mesmo é da
vontade de um país de facilitar a vida do seu povo.
O problema é que, com Trump,
parece que tudo o que não favorece os Estados Unidos vira ameaça internacional,
com as bençãos de alguns "patriotas".
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