quarta-feira, 16 de julho de 2025

Depois de querer mandar no STF, Trump mira o Pix e até a 25 de Março

             Se depender de Donald Trump, o Brasil vai ter que pedir permissão até para vender chaveiro na esquina. Como se já não bastasse querer interferir na Justiça brasileira a pedido do deputado federal Eduardo Bolsonaro — e impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros — o governo dos Estados Unidos agora resolveu investigar... o Pix e a rua 25 de Março.

Sim, o Pix, esse mesmo que você usa para pagar a manicure ou dividir o churrasco de domingo com os amigos. Segundo o documento oficial do Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR), o Brasil estaria adotando “práticas desleais” nos serviços de pagamento eletrônico, como por exemplo, favorecer sistemas desenvolvidos pelo governo, leia-se: o Pix.

Ou seja, o sistema criado pelo Banco Central, que se tornou referência internacional e eliminou taxas abusivas de cartões, agora incomoda o Tio Sam — talvez por ser eficiente, gratuito e inovador demais para o gosto de Wall Street.

Mas a obsessão americana com tudo que é brasileiro vai além das transferências instantâneas. O relatório da investigação comercial contra o Brasil também menciona a rua 25 de Março, em São Paulo, como uma “ameaça” à propriedade intelectual global.

Segundo os Estados Unidos, o tradicional polo de comércio popular — conhecido por suas multidões, pechinchas e vendedores ambulantes desde que o Brasil é Brasil — ainda é, pasmem, um dos maiores centros de produtos falsificados do mundo. Uma espécie de eixo do mal do comércio informal, aos olhos do USTR.

É como se a 25 de Março, com seus sacoleiros, docinhos por quilo e caixas de som a R$ 50, fosse uma ameaça real à economia americana. E pensar que tudo isso começou com a justificativa de “proteger a concorrência”.

A investigação comercial aberta pelos EUA é só mais uma peça no tabuleiro de pressões que Donald Trump vem montando contra o Brasil — e tudo isso logo após anunciar uma taxa de 50% sobre produtos brasileiros, medida que, segundo ele, foi tomada “porque ele pode”.

Agora, a estratégia parece ser a de exagerar até transformar tudo o que é popular, acessível e nacional em “prática desleal”.

Enquanto isso, a balança comercial entre Brasil e EUA segue favorecendo... os americanos.

Talvez falte a Trump conhecer o que é pegar metrô com sacola da 25, ou dividir o pão de queijo com café enquanto faz um Pix para o motoboy. Talvez falte entender que inovação nem sempre nasce no Vale do Silício — às vezes, ela vem mesmo é da vontade de um país de facilitar a vida do seu povo.

O problema é que, com Trump, parece que tudo o que não favorece os Estados Unidos vira ameaça internacional, com as bençãos de alguns "patriotas".

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