Aos 31 anos, João Campos
representa não apenas uma renovação no PSB, mas também o surgimento de uma nova
geração de lideranças progressistas no Brasil. Reeleito prefeito da capital
pernambucana com 78% dos votos válidos, João assume o comando de um partido que
ocupa a vice-presidência da República com Geraldo Alckmin e comanda dois
ministérios no governo federal.
A posse de João também
carrega forte carga simbólica. Ele dá continuidade à trajetória de sua família
no PSB: o partido já foi presidido por seu pai, Eduardo Campos, ex-governador
de Pernambuco e ex-candidato à presidência da República, morto tragicamente em
um acidente aéreo em 2014. Antes dele, o bisavô Miguel Arraes, um dos maiores
nomes da história política nordestina, também liderou o partido.
“Hoje é um dia de
reafirmação do compromisso com a democracia, com o Brasil profundo e com um
projeto de futuro. O PSB tem história, mas também tem juventude, tem coragem e
tem responsabilidade com o país”, afirmou João Campos em seu
discurso de posse.
Além do presidente Lula e do
vice-presidente Geraldo Alckmin, a cerimônia reuniu autoridades de diferentes
esferas do poder. Um dos momentos de maior tensão ocorreu com a chegada do
presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), que foi
recebido por militantes com gritos de “sem anistia” — em referência à
resistência à concessão de perdão aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de
janeiro de 2023.
Mesmo diante das vaias,
Motta elogiou os quadros do PSB, destacou o papel de Alckmin na democracia
brasileira e disse que sua presença era um gesto de gratidão à bancada
socialista na Câmara dos Deputados.
Já Alckmin agradeceu a
presença do presidente Lula, classificando-a como “um gesto incomum e
significativo”. “É uma honra ser companheiro de trincheira do presidente
Lula na defesa da democracia. O Brasil precisa de união em torno de princípios
republicanos”, afirmou o vice-presidente.
Com a posse, João Campos
assume a presidência do PSB em um contexto de preparação para as eleições
municipais de 2026, mas com olhos voltados também para o próximo ciclo
presidencial. Entre os principais desafios da nova gestão estão:
Fortalecer a aliança com o
PT, especialmente em torno de um eventual apoio à reeleição de Lula ou à
manutenção do projeto progressista no poder;
- Ampliar a bancada federal socialista, hoje com apenas 14 deputados;
- Recuperar o governo de Pernambuco, hoje fora das mãos do PSB após quase duas décadas de domínio;
- Consolidar sua própria imagem como liderança nacional e potencial candidato ao governo do estado.
O novo presidente do PSB afirmou que “o partido precisa ser protagonista na reconstrução do Brasil” e defendeu uma legenda “comprometida com a democracia, a justiça social, a sustentabilidade e a inovação política”.
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